O Fórum de Energias Renováveis de Roraima lançou nesta quarta-feira (05) – Dia Mundial do Meio Ambiente – a publicação “Hidrelétrica do Bem Querer: uma usina de riscos e incertezas”, que traz importantes reflexões sobre o projeto de construção de uma grande hidrelétrica no rio Branco.
O estudo analisa as principais características do projeto de construção da hidrelétrica e os possíveis impactos ao estado de Roraima, na hipótese de sua construção, como também avalia outras alternativas para o futuro energético de Roraima, baseadas em empreendimentos mais diversificados e de menor porte, utilizando as potencialidades locais e adotando o modelo de negócios usado no 1º leilão de energia de Roraima, realizado em 2021.
A publicação, lançada em formato ebook, tem 63 páginas e 11 capítulos, destacando as principais preocupações que foram trazidas pela sociedade durante os vários eventos realizados pelo Fórum de Energias nos últimos anos:
*Grande área alagada, atingindo áreas indígenas, áreas urbanas, áreas produtivas e áreas naturais;
*Alto risco hidrológico com geração de energia baixa ou nula durante o período seco.
*Elevação do lençol freático, com consequente aumento do alagamento durante as cheias, sobretudo em Boa Vista;
*Perdas econômicas na área alagada, impactando na agropecuária, estradas, turismo, pesca, lazer, etc;
*Perda das corredeiras do Bem e Querer e de 130 km de praias no rio Branco.
*Piora nos indicadores de saúde, segurança, educação, custo de vida e outros, principalmente em Caracaraí;
*Bloqueio do rio Branco para a passagem de peixes e embarcações;
*Retenção dos sedimentos no reservatório, reduzindo os nutrientes e alterando a qualidade da água rio abaixo; e
*Elevada emissão de gás metano pelo reservatório da usina.
A localização e tamanho do projeto, que deve formar um lago com 130 km de comprimento, causam inquietação na sociedade local. Somado a isso, algumas caraterísticas da usina foram alteradas, ao longo do tempo como, por exemplo, a redução da potência, de 708MW para 650 MW e do tamanho do lago, de 56 mil hectares para 52 mil hectares, o que em nada minimiza os impactos previstos. Portanto, a hidrelétrica Bem Querer constitui-se em um dos projetos hidrelétricos de mais baixa eficiência do país, considerando o tamanho da área alagada em relação à quantidade de energia gerada. Uma outra preocupação é o elevado risco hídrico, que pode resultar em uma produção de energia baixa ou nula durante a estação seca.
O evento de lançamento aconteceu no auditório do IEL/RR, com transmissão direta pela plataforma Google Meet e estará disponível para assistir em no Site na aba Vídeos e em nosso canal no YouTube