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Município de Boa Vista conta com vários equipamentos de produção de energia solar

Nos últimos anos a Prefeitura de Boa Vista intensificou a utilização de energia fotovoltaica em prédios públicos, gerando economia substancial de recursos nas contas de luz e ajudando na diminuição de emissão de CO2 que jogado na natureza.

Quem trafega pela cidade pode verificar que alguns prédios públicos, como o Teatro Municipal, o Mercado de São Francisco, a sede da Prefeitura, o terminal de ônibus Canuto Chaves e muitas paradas são abastecidas com energia solar.

Hoje, segundo a Prefeitura, são cerca de 1,7 mil placas solares instaladas em abrigos de ônibus, órgãos públicos e área indígena.

O Teatro Municipal de Boa Vista é o primeiro do Brasil abastecido com energia solar. A usina vai garantir uma economia R$ 80 mil por mês na conta de energia, ou seja, quase R$ 1 milhão por ano. Foram instalados no estacionamento do teatro 2.880 painéis fotovoltaicos com capacidade total de 1.000 kW.

A energia gerada é consumida internamente e o excedente vai para a rede elétrica, retornando à noite ou nos horários em que não há sol. O excedente será utilizado para reduzir os gastos de energia elétrica de outros prédios públicos do município.

“Essa usina vai gerar o suficiente para atender a demanda do teatro. Ela vai se pagar em cinco anos e, a garantia dela é de 25 anos. Foi uma obra feita com recursos próprios, custou R$ 4,9 milhões. É o único teatro que eu conheço que tem um estacionamento com energia solar. Sem dúvida vai fazer com que essa modernidade traga uma outra condição para a nossa cidade, tanto na questão da economia como na questão da energia limpa que é tão importante nos dias de hoje em relação a poluição”, disse a prefeita Teresa Surita.

Com o consumo de energia não poluente, deixarão de ser lançados na atmosfera mais de 93 mil kg de gás carbônico (CO2) por ano. Para se ter uma ideia, para retirar do meio ambiente essa quantidade de CO2, seriam necessárias 75 mil árvores.

Além do Teatro, o Terminal Canuto Chaves, o Mercado São Francisco (envia excedente para o Hospital da Criança), o Palácio 9 de Julho, a Secretaria de Serviços, Públicos e Meio Ambiente (abastece os abrigos comuns de ônibus), 72 abrigos de ônibus climatizados e a Comunidade Indígena Darora – já interligada à rede, são exemplos.

Outra ação da prefeita Teresa Surita é a construção de uma usina que vai gerar 5 MW e uma economia de R$ 127 milhões aos cofres públicos durante os próximos 25 anos, período de garantia dos equipamentos.

A Prefeitura vem realizando, nos últimos anos, vários investimentos nesta área e este será o sétimo equipamento para geração de energia solar, e o maior deles, com potência de 5.000 kW. Outras unidades de geração de energia solar já estão em pleno funcionamento e juntas têm gerado economia de mais de R$ 155 mil por mês.

No Mercado São Francisco o sistema de energia solar garante economia de 288,5 megawatts por ano, além de reduzir a emissão de gás carbônico.

O sistema é composto por 600 placas fotovoltaicas de 340 watts, o que garante potência máxima de 200 quilowatts.

A energia solar é captada nas placas e é jogada em inversores de energia, sendo automaticamente transferida para a rede da concessionária. De acordo com o engenheiro eletricista da Superintendência de Iluminação Pública, Paulo Roberto dos Santos, esse processo é contabilizado no relógio e a energia produzida é compensada reduzindo o valor da conta para os cofres públicos. E quando a usina produz uma quantidade a mais de energia, pode ser contabilizado como crédito e reduzir a conta de outros prédios da Prefeitura.

COP 25

E m 2019 a prefeita Teresa Surita participou do painel Mulheres Prefeitas da Amazônia, na Conferência da ONU sobre o Clima (COP 25) que ocorreu em Madri, na Espanha. Teresa foi uma das três convidadas do Instituto Alziras, ao lado das prefeitas Fernanda Hassem, de Brasiléia (AC) e Rosaria Chaves (Prof. Rosinha), de Cururupu (MA).

A prefeita participou do painel que teve o objetivo de discutir barreiras comuns e trocar soluções inovadoras para impulsionar a ação climática em nível subnacional, ressaltando a importância das mulheres para moldar um futuro mais saudável, sustentável e inclusivo.

Teresa falou sobre os desafios enfrentados por Boa Vista e pelo estado, principalmente, na questão energética. “A energia de fontes sujas. É muito complexo até compreender essa situação, pois Roraima é o único estado brasileiro que não está ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN)”, disse.

A prefeita falou sobre as limitações de decisão sobre o tema em função do cargo, mas que dentro da realidade do município, pensou no que poderia ser feito como alternativa para o problema e ainda melhorar a questão do clima e os impactos ao meio ambiente.

“Convivemos com apagões. Tem dias que a energia cai seis vezes, por isso decidimos trabalhar com energia solar. Boa Vista tem saído na frente em muitos aspectos e eu me orgulho em dizer que esse é um deles.”, completou.

Comunidade indígena

A comunidade indígena Darora, localizada no Baixo São Marcos, município de Boa Vista, foi a primeira região da capital a receber energia pública limpa por meio de painéis solares, baterias e equipamentos de última geração. A iniciativa é da Prefeitura de Boa Vista beneficia cerca de 50 famílias que antes conviviam com energia elétrica por meio de geradores a óleo diesel.

A energia gerada por uma Usina Fotovoltaica de 30 quilowatts (Kw) de potência, com capacidade para atender toda a demanda de iluminação pública da comunidade. As sobras de energia, armazenadas pelas baterias, são utilizadas nas duas escolas da região, incluindo a escola municipal Vovó Tereza da Silva que atende 49 alunos, e ainda abastece de forma racionada as 50 casas da comunidade.

São aproximadamente 600 metros de rede elétrica de baixa tensão, construída com postes de concreto e 20 luminárias LED (modernas e econômicas) de 40 watts para fornecer iluminação pública. Antigamente, a energia elétrica no local era fornecida por gerador movido a diesel, que funcionava somente algumas horas durante o dia e à noite e tinha custos com manutenção. Cerca de 1.500 litros de diesel por mês eram utilizados nos geradores.

Por Nei Costa

Fonte – Semuc

Fotos – Semuc