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ABGD comemora resultados do 11º fórum em Manaus

“Fenomenal a receptividade encontrada em Manaus, primeiro porque as empresas participantes estão interessadas em aprender mais, em conhecer e fazer networking, em saber o que, como, quando, onde, por que e quanto custa ingressar no setor”, disse o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, no segundo e último dia (30/09) do 11º Fórum Regional de Geração Distribuída com Fontes Renováveis no Novotel Manaus.

De acordo com Evangelista, as palestras abrangem todos os setores, área jurídica, área tributária, área técnica, área operacional, custos, área financeira, marketing. “É o ambiente ideal das pessoas que querem ingressar nesse mercado, para começarem a se desenvolver, e aí crescer, as pequenas empresas ficarem médias, as médias ficarem grandes e as grandes comprarem as pequenininhas”, defendeu o expositor.

A gigante chinesa Huawei, representada por Nelson Stanischi, compareceu ao evento para explicar como ocorre o armazenamento de energia e como a ação irá ajudar o funcionamento das empresas no futuro, que hoje dependem apenas das concessionárias de energia elétrica.

Stanischi estima que até 2050 noventa por cento da matriz energética no mundo seja renovável, e aí vai entrar o armazenamento de energia, já que as companhias não conseguem cobrir as necessidades energéticas de todos, justamente por ser intermitente, por não ser uma fonte despachável, e o que torna essa fonte despachável? “É justamente o armazenamento, a junção do solar com bateria, a eólica com bateria ou as três juntas”, disse o palestrante.

A Huawei é conhecida por trabalhar com equipamentos de telecomunicações e pelas recentes tecnologias 5G, a empresa avançou rapidamente no cobiçado setor de energia solar do Brasil, onde lidera no fornecimento de inversores solares, equipamento que recebe a energia dos painéis.

Cases de sucesso

Participante do painel “Considerações sobre a geração distribuída fotovoltaica na região norte”, o engenheiro eletricista, Anderson Bittencourt, destacou a Usina Fotovoltaica entregue em agosto último no município de Iranduba (20 km da cidade de Manaus), instalada dentro da concessionária de energia, Amazonas Distribuidora.

Entre os desafios encontrados no decorrer da instalação da usina, o engenheiro citou os aspectos legais e regulatórios, para que o projeto tenha andamento de forma segura e sem prejuízos.

“Em relação aos aspectos legais e regulatórios, logo quando iniciamos as tratativas com o cliente sobre esse projeto, umas das nossas maiores preocupações eram entender o ponto de vista da distribuidora de energia, como esse projeto estava sendo observado pela distribuidora, o ponto de vista da conexão da usina e o local”, disse Bittencourt.

O engenheiro explica que levaram, de imediato, a proposta até o setor responsável da distribuidora, para discutir tecnicamente o aspecto desse projeto dentro da cidade, onde a disponibilidade das redes não é tão grande.

Para o palestrante, aspecto muito importante percebido pela equipe de trabalho na época do início do contrato com a concessionária em 2020, e que foi determinante em relação à execução desse trabalho na cidade, foi a consulta aos órgãos locais, em relação ao licenciamento, uso do solo e alvarás.

“A gente imaginava que, por já trabalhar com obra, seria um processo até que automático, só que quando a gente deu entrada no projeto, lembro-me como se fosse hoje, quando convidado para uma reunião com a secretaria municipal de infraestrutura e habitação, que cuida de uso do solo, ouvi que o projeto deveria ser submetido, na verdade, ao estado, porque a secretaria do município entendia que as secretarias do estado estariam mais apropriados para apresentarem um parecer”, disse o engenheiro.

O engenheiro relata que precisou, naquele momento, criar um grupo de trabalho para que fossem dadas as devidas atenções ao processo do projeto, juntamente com a concessionária, o município e o órgão ambiental.

Energias renováveis de Roraima

O Fórum GD Norte também contou com a participação do coordenador do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, Alexandre Henklain, com intuito de sensibilizar e mobilizar empresários do segmento de geração fotovoltaica para a importância de uma atuação integrada, visando à melhoria do ambiente de negócios, ampliação do mercado e garantia do crescimento das empresas.

Para Henklain, é do interesse de todas as empresas que haja políticas públicas de apoio ao setor, assim como é do interesse comum que haja incentivos fiscais, facilidades de acesso ao crédito, tanto para as empresas, como para seus clientes.

De acordo com o coordenador, o Fórum de Energias Renováveis atua fortemente na busca pela aceleração da transição energética nos sistemas isolados para as energias renováveis. Enfatizou, na ocasião, que a energia gerada nas condições atuais é extremamente cara, via Conta Consumo de Combustíveis (CCC), e onera os demais consumidores brasileiros do Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Se considerarmos os mais de 200 sistemas isolados na Amazônia, em 2021 a conta CCC se aproximará dos RS 8 bilhões e, pior, com a emissão de 3,5 milhões de toneladas de gases do efeito estufa, em CO2 equivalente”, frisou.

Henklain defendeu uma atuação integrada da região em prol do aperfeiçoamento do Projeto de Lei da Geração Distribuída, já aprovado na Câmara e ora em tramitação no Senado, propondo a seguinte emenda:

“Mantém-se para os consumidores dos sistemas isolados, atendidos por energia elétrica gerada por termoelétricas baseadas em combustíveis

fósseis, o benefício da compensação integral dos créditos da energia injetada por micro e miniusinas de geração distribuída existentes e a serem implantadas, enquanto não houver conexão ao sistema interligado nacional. O subsídio à geração distribuída nos sistemas isolados será custeado por recursos da Conta CCC, no âmbito da Conta de Desenvolvimento Energético – CDE”.

O argumento é de que a geração distribuída deve ser ainda mais apoiada e incentivada nos sistemas isolados, pois representa a perspectiva da redução do consumo dos caríssimos e poluentes combustíveis fósseis nas termelétricas espalhadas por toda a Amazônia.

O coordenador do Fórum de Energias Renováveis também ressaltou a relevância do projeto-piloto do Leilão de Eficiência Energética de Roraima como inovador mecanismo de mercado, que deverá ser reproduzido em todo o país, contribuindo para amenizar os efeitos dramáticos da crise energética, com ações práticas e de curto prazo, centradas na redução da demanda, como substituição de condicionadores de ar, refrigeradores e luminárias ineficientes por equipamentos tecnologicamente avançados, que consomem muito menos energia elétrica.

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Por Diretoria de Comunicação e Marketing do Sistema FIEAM.