Conhecer novas alternativas e investir em fontes de energia limpa tem sido o caminho para a harmonização entre economia e meio ambiente. E tem ofertas que podem reduzir a emissão de gases no efeito estufa e ainda gerar autonomia, basta um olhar mais voltado para as potencialidades e perceber que a solução pode estar bem perto, acessível e com baixo custo gerando grandes possibilidades de execução, como o Biogás.
O biogás é uma mistura de vários tipos de gases, é uma fonte de energia limpa e renovável não intermitente, que o diferencia da energia solar e da eólica, e que permite sua adaptação à demanda local. Pode ser produzido por meio de substratos de origem vegetal, animal, resíduos orgânicos ou agrícolas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas de Energia (FGV), a produção do biogás é indutora de investimentos na correta destinação e tratamento de resíduos urbanos, industriais e da agropecuária, ou seja, um grande aliado do saneamento ambiental. Além disso, a produção de biogás possibilita a democratização da produção e do uso de energia, redução de gastos com tratamento de efluentes, aumento de renda, geração de empregos e desenvolvimento regional.
E com essa opção é possível solucionar os problemas das propriedades rurais que ainda enfrentam dificuldades com o abastecimento de energia elétrica. O produtor rural ou empresário pode utilizar a energia gerada pelo biogás para o abastecimento interno ou injeção na rede de distribuição para compensação. De acordo com o consultor Ricardo Lima, o custo da instalação varia em função da matéria prima que será utilizada e do porte do empreendimento. “Existem instalações, hoje, já em escala industrial usando a vinhaça na produção de etanol. E também a partir de resíduos de granjas, usando o estrume e gerando energia elétrica. Também pode ser a partir do lixo, como em instalações que já funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro”, informou Ricardo.
O investimento em produção de biogás pode ser uma solução para dois problemas: o energético e os de dejetos animais poluentes ou biomassa agrícola residual poluente. O consultor destaca ainda que o metano gerado em aterros e que vai para a atmosfera, tem efeito de gás no efeito estufa quarenta vezes superior ao CO2.
De acordo com o CIBiogás- Centro Internacional de Energias Renováveis- um estudo do Panorama do Biogás no Brasil, realizado entre dezembro de 2019 e março de 2020, contabilizou no ano passado mais de 400 plantas ativas voltadas para a energia elétrica como atividade principal. O Brasil é um dos países com o maior potencial energético do mundo, o número equivale a cerca de 84,6 bilhões de metros cúbicos/ano. O Paraná é hoje o estado com a maior quantidade de instalações de sistemas de biogás, em função da suinocultura.
De acordo com a Abiogás, atualmente 84% das plantas de biogás no Brasil atuam na geração de energia elétrica, enquanto 1% delas produz biometano. Os dados mostram ainda que a participação do biogás na oferta interna de energia elétrica é ainda de apenas 0,1%.
Por: Thamy Dinelli
Fonte: CIBiogás