Os estudos sobre a viabilidade da instalação de uma usina hidrelétrica na Bacia do Rio Branco começaram em 2004, por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e até hoje gera polêmica, por uma série de questões que o Fórum de Energias Renováveis de Roraima vai tentar explicar a partir dessa publicação.
De acordo com a EPE, o planejamento de Roraima se inseriu no planejamento eletroenergético nacional, fundamental para que se pudesse desenvolver uma visão integrada, que aumentasse a segurança energética, otimizasse o uso dos recursos energéticos e a competitividade do país e minimizasse os impactos sociais e ambientais.
O planejamento de Roraima está inserido no Plano Decenal de Expansão de Energia (curto prazo) e no Plano Nacional de Energia (longo prazo) e, partir dele, começaram os estudos para a viabilização da UHE de Bem Querer.
Segundo os estudos feitos pela EPE, o potencial de geração de energia elétrica para instalação de aproveitamento hidrelétrico nas corredeiras do Bem Querer no município de Caracaraí, em Roraima, foi identificado no Estudo de Inventário Hidrelétrico da Bacia do rio Branco, entre 2007 e 2010.
A EPE explica que os aproveitamentos hidrelétricos identificados nesse estudo foram objeto da Avaliação Ambiental Integrada (AAI) da bacia do Rio Branco, cujos resultados foram apresentados para a população durante o Seminário Público da AAI, realizado no dia 25 de novembro de 2010 no município de Boa Vista. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o Estudo de Inventário Hidrelétrico da Bacia do rio Branco em 2011.
A empresa esclarece que o aproveitamento do potencial de energia hidrelétrica nas corredeiras do Bem Querer recebeu o nome de Usina Hidrelétrica (UHE) Bem Querer, cuja potência instalada é de 650MW.
Para avaliar a viabilidade técnica, econômica e socioambiental da UHE Bem Querer, a EPE contratou, por meio de licitação, serviços de consultoria técnica especializada para o desenvolvimento do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTE), do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e de estudos associados ao licenciamento ambiental da usina, incluindo o Estudo do Componente Indígena (ECI).
A EPE realizou, entre os dias 23 a 28 de julho de 2018, reuniões informativas nos municípios de Bonfim, Iracema, Cantá, Mucajaí, Caracaraí e Boa Vista. O objetivo das reuniões foi o de esclarecer à população as atividades de pesquisas que serão realizadas nos próximos dois anos.
Em março de 2019, a equipe técnica da Empresa de Pesquisa Energética foi recebida pelo governador de Roraima, Antônio Denarium, e membros do governo estadual, em Boa Vista. Na reunião os técnicos puderam apresentar o estágio atual desses estudos e as etapas do projeto.
Além do projeto hidrelétrico, foi discutido ainda o potencial energético do Estado de Roraima quanto a outras fontes, como eólica, solar e biomassa. Essa missão técnica a Roraima teve como objetivo dialogar com diversos representantes da sociedade civil e do governo local. A iniciativa fez parte das ações do Plano de Comunicação e Relacionamento da usina hidrelétrica Bem Querer.
No total foram sete reuniões nas prefeituras de Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, além da reunião na sede do governo do Estado. A equipe também participou de um painel em Caracaraí, organizado pelo Conselho Consultivo das Unidades de Conservação Estação Ecológica – ESEC Niquiá e Parque Nacional – Parna Serra Mocidade, e outro em Boa Vista, promovido pela Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas de Roraima – ABEER.
O projeto da hidrelétrica Bem Querer prevê uma capacidade de geração de 650 MW, com a usina localizada no município de Caracaraí. Pelo cronograma, o Estudo de Impacto Ambiental da hidrelétrica Bem Querer deve ser analisado pelo IBAMA em 2021, sendo que atualmente ocorrem os levantamentos de campo necessários. Foram realizadas ao longo de 2019 oficinas participativas nos municípios de Boa Vista, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema e Mucajaí para o levantamento, validação e consolidação de informações junto à sociedade.
Por Nei Costa
Fonte – EPE
Foto – educarr