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Vendas de painéis solares crescem em Roraima e empregos são gerados

Investir em produção de energia solar deixou de ser sonho em Roraima. A chamada geração fotovoltaica, além de ser uma opção limpa, representa economia e traz diversos benefícios e estabilidade em meio aos problemas enfrentados pelos roraimenses com o abastecimento por termoelétricas a diesel.

Com o cenário favorável devido a incidência solar e localização geográfica, a empresa Donsol apostou e investiu nesse mercado. “Em 2016 nós instalamos o primeiro sistema on grid, interligado diretamente à rede de distribuição de energia. O modelo dispensa o uso das baterias de carga”, disse Pedro Brígido, gerente da loja.

Pioneira em Boa Vista, a empresa oferece serviços como o dimensionamento do sistema, venda de equipamentos para a instalação de sistemas fotovoltaicos em residências e empresas, além da elaboração do projeto que será apresentado à Roraima Energia.

A empresa conta hoje com onze funcionários fixos e três temporários. Em quatro anos de trabalho, a Donsol já instalou 84 usinas fotovoltaicas em residências e estabelecimentos comerciais. “Nossa meta para os próximos anos é ampliar a prestação de serviço em Roraima e no Amazonas”.

Além da Donsol, quem também foi atraída pelo potencial e benefícios da energia alternativa foi a LMP Empreendimentos, empresa que atua no ramo da construção civil há três anos. A LMP já oferece para os clientes, opções de projetos residenciais com sistema de energia solar.

Entre julho e dezembro do ano passado, Mayk Quadros, consultor de vendas da empresa, coordenou uma pesquisa de campo para analisar o mercado e o tipo de serviço que poderia ser disponibilizado para os consumidores. “Fiz esse levantamento, ligando para empresas, procurei saber como trabalhavam, o método de representação de proposta,  tudo  para oferecer aos nossos clientes um serviço com melhor custo benefício”.

Mayk Quadros foi o responsável pela pesquisa de mercado da LPM empreendimentos. Foto: Raynãa Fernandes/Fórum

Logo nos primeiros meses de trabalho, 35 propostas foram apresentadas. No fim do mês, a empresa vai instalar a primeira usina fotovoltaica. O trabalho inicial será feito por cinco profissionais, sendo quatro instaladores e um engenheiro elétrico.

Novos profissionais

Com as mudanças no cenário energético, o mercado roraimense se ampliou e, assim, novas oportunidades apareceram, como por exemplo, para profissionais de carreira e acadêmicos do curso de Engenharia Elétrica, ofertado pela Universidade Federal de Roraima.

Dados divulgados pela UFRR e a coordenação do curso, mostram que a Universidade já formou 37 novos profissionais. De acordo com Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Roraima (CREA-RR), existem 445 profissionais da Engenharia na modalidade eletricista com registros ativos em exercício.

A presidente da Associação dos Engenheiros Eletricistas de Roraima, Maria Conceição Escobar, destaca o crescimento na atuação dos profissionais da área. “Engenheiros Eletricistas em Roraima, até 2017, atuavam principalmente no Serviço Público, nas empresas concessionárias de geração e distribuição de energia elétrica, nas secretarias de Infraestruturas do Estado e dos Municípios, nas empreiteiras, bancos, nas Instituições de ensino superior e como profissionais liberais”.

A expansão profissional no estado foi ainda maior com a privatização das distribuidoras,  implantação dos empreendimentos de geração resultantes do leilão para produção de energia e do crescimento da geração distribuída.

Cursos de capacitação
Pela necessidade de se prestar um serviço amplo e de qualidade, a LMP Empreendimentos investiu não apenas na instalação de sistemas de energia solar, mas também na capacitação de pessoal.

Para isso, a empresa oferece um curso básico para quem deseja trabalhar nessa área. O módulo iniciante reúne aulas teóricas e práticas. “Quando a gente lançou essa parte solar na LMP, nós nos deparamos com essa outra questão: a falta de mão de obra qualificada. Hoje temos uma lista com mais de 36 profissionais prontos para atender o mercado local”, garante Mayk Quadros.

A capacitação custa em média R$ 550, mas em compensação, a remuneração inicial para um instalador é de dois mil podendo chegar a quatro mil reais. Já um engenheiro eletricista, responsável pela elaboração e assinatura do projeto, ganha a partir de R$ 3 mil, além do valor da execução do projeto feito por ele para a obra.

Por Raynãa Fernandes