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EPE promoveu reuniões com a sociedade civil e com o governo do Estado para discutir os aspectos técnicos para construção da UHE do Bem Querer

Para viabilizar o processo de construção da Hidrelétrica do Bem Querer, equipes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) promoveram uma série de reuniões com representantes da sociedade civil organizada e do governo do Estado.

A equipe técnica da EPE, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi recebida em março do ano passado pelo governador de Roraima, Antônio Denarium, e membros do governo estadual, em Boa Vista, para discutir os aspectos técnicos do empreendimento, pontos positivos e negativos.

No total, foram sete reuniões nas prefeituras de Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, além da reunião na sede do governo do Estado. A equipe também participou de um painel em Caracaraí, organizado pelo Conselho Consultivo das Unidades de Conservação Estação Ecológica – ESEC Niquiá e Parque Nacional – Parna Serra Mocidade, e outro em Boa Vista, promovido pela Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas de Roraima – ABEER.

A EPE está desenvolvendo os estudos de viabilidade técnico-econômica e de impacto ambiental da usina hidrelétrica Bem Querer, no Rio Branco, e nas reuniões os técnicos puderam apresentar o estágio desses estudos e as etapas do projeto.

Além do projeto hidrelétrico, foi discutido ainda o potencial energético do Estado de Roraima quanto a outras fontes, como eólica, solar, biomassa, destacando que o MME, já tinha agendado à época, o leilão para contratação de geração para aumentar a segurança energética para a região.

Essa missão técnica a Roraima ocorreu em março de 2019 e teve como objetivo dialogar com diversos representantes da sociedade civil e do governo local. A iniciativa fez parte das ações do Plano de Comunicação e Relacionamento da usina hidrelétrica Bem Querer.

O projeto da hidrelétrica do Bem Querer prevê uma capacidade de geração de 650 MW, com a usina localizada no município de Caracaraí. Pelo cronograma, o Estudo de Impacto Ambiental da hidrelétrica do Bem Querer deve ser analisado pelo IBAMA em 2021, sendo que atualmente ocorrem os levantamentos de campo necessários.

Ao longo de 2019 foram realizadas oficinas participativas nos municípios de Boa Vista, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema e Mucajaí para o levantamento, validação e consolidação de informações junto à sociedade.

Atualmente, a EPE e o Consórcio Walm-Biota estão com as atividades do Cadastro Socioeconômico da UHE Bem Querer paralisados, seguindo recomendações do Ministério da Saúde e as determinações do Decreto nº 28.635-E, de 22 de março de 2020, do Governo do Estado de Roraima e do Decreto n° 038/E de 22 de março de 2020, da Prefeitura Municipal de Boa Vista, frente ao avanço dos casos de contaminação por Coronavírus (COVID 19), no Brasil.

Na reunião com representantes do governo do Estado, algumas alternativas foram apresentadas aos técnicos da EPE. Uma das opções foi a energia de Tucuruí que já é utilizada por Manaus. Para que isso fosse possível, seria necessária a construção de cerca de 800 km de Linhão de Manaus para Boa Vista.

O governo de Roraima disse que a hidrelétrica no rio Branco não era a alternativa mais indicada e a preferência era de que a barragem fosse criada no Rio Cotingo, de forma que se utilizasse a cachoeira do Tamanduá.

Essa cachoeira fica na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, localizada a Nordeste do Estado. Nesse caso a área inundada seria de apenas 36 quilômetros quadrados, algo em torno de 6,3% do que está previsto para o rio Branco.

Os representantes do governo explicaram que o problema que impedia esse projeto de seguir era a posição contrária dos índios que fazem parte do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Há ainda a sugestão da construção de duas hidrelétricas na República da Guiana. O governo explicou que são propostas que precisam ser analisadas, mas são alternativas.

Por Nei Costa

Foto – EPE