O Linhão de Guri foi inaugurado em 13 de agosto de 2001 depois de anos de obras. Foto: Eletrobras

Inauguração do Linhão de Guri gerou expectativas e decepções

Fórum de Energias Renováveis de Roraima publica, a partir desta segunda-feira (27), uma série de matérias a respeito do histórico da política energética no Estado. 

Em 13 de agosto de 2001 o então presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurou em Santa Elena de Uairén, na Venezuela, o Linhão de Guri, que é a interconexão do complexo hidrelétrico de Guri-Macágua com a cidade de Boa Vista (RR).

Na época, o objetivo era beneficiar mais de 90% da população de Roraima com energia limpa, confiável e mais barata. Em 15 de julho os moradores de Roraima passaram a receber energia hidrelétrica. O Estado utilizava energia térmica a diesel para o abastecimento.

A linha de transmissão de Guri-Macágua tem 676 quilômetros de extensão e capacidade de gerar 200 megawatts (MW) para Roraima, conforme contrato assinado entre a Venezuela e o Brasil.

Naquele ano, a expectativa do governador do Estado, Neudo Campos (PPB), era de que os gastos da população se reduzissem pela metade com a nova fonte de energia hidrelétrica, fato que nunca ocorreu até os dias atuais.

Pelos cálculos do então governador, o preço de 1 megawatt gerado pelas termelétricas era da ordem de US$ 125, enquanto que o mesmo megawatt vindo do complexo Guri-Macágua custaria US$ 26.

“Essa é uma grande boa notícia em termos energéticos. Não só obtivemos energia de alta qualidade, como reduzimos substancialmente o seu custo”, disse Neudo à época.

Neudo Campos esperava que as menores tarifas de energia também poderiam fazer de Roraima um pólo atrativo para novos investimentos, além de melhorar a qualidade de vida da população local.

“Se reduzir o preço da energia, há o aumento de renda à população e a possibilidade de geração de empregos e atrativos para novos investimentos”, ressaltou.

Em 2001, além de Boa Vista, nove cidades do interior de Roraima teriam acesso à fonte hidrelétrica de Guri-Macágua, o que encerraria os problemas de cortes de energia muitas vezes provocados pelas usinas termelétricas.

“O estado pagava por termelétricas mais ou menos o dobro do que o restante do país paga para obter energia hidrelétrica. Hoje estamos festejando um insumo básico para o desenvolvimento do estado, principalmente por estar acontecendo num momento que os problemas de energia estão quase que mapeados pelo Brasil inteiro”, discursou Campos.

Por Nei Costa com informações da Agência Brasil