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Mercado avalia com cautela efeitos do coronavírus e do câmbio

Empresas brasileiras do mercado de energia solar avaliam com cautela os impactos do surto de coronavírus na China, onde fábricas de componentes chegaram a ficar paralisadas para reduzir a onda de contágio. Atualmente, muitas delas ainda operam abaixo da capacidade total.

“Ainda não percebemos esses efeitos, não há falta de equipamentos ou problemas de entrega. Talvez ocorram alguns atrasos de contrato e de embarques, mas eu não vejo um cenário catastrófico”, aponta o diretor comercial da MTEC Energia, Daniel Luiz Sebben.

O gerente da unidade de negócio de energia fotovoltaica da Fronius do Brasil, Alexandre Borin, explica que a empresa não está sendo impactada, por ter seu fornecimento vindo da Áustria, mas ressalta que, se a situação não for normalizada na China, poderá haver problemas em toda a cadeia. “Tenho ouvido de fábricas de módulos que já não estão embarcando e, nesse primeiro trimestre, pode haver alguns desabastecimentos. A demanda do mercado brasileiro é alta e se houver escassez, pode ter uma pisada de freio.”

Outro aspecto que o surto tem prejudicado é no câmbio. Juntamente com outros fatores, os impactos econômicos do coronavírus tem influenciado na valorização do dólar e do euro em relação ao real. Como muitos componentes do setor fotovoltaico são importados, há preocupação se essa tendência é passageira ou de longo prazo.

“Quem trabalha com usinas maiores normalmente tem hedge cambial para não ficar exposto. No mercado de geração distribuída, geralmente há um nível de estoque maior. Até o momento não percebemos esse aumento do dólar”, diz Sebben. Ele acredita que a situação deve se normalizar. “Estou otimista. É uma fase de valorização recorde, mas entendo que a essa epidemia deve acalmar, surgir as primeiras vacinas e o situação se organizar.”

Borin explica que a Fronius está tentando absorver a valorização cambial. “Estamos atrelados ao euro, que está ainda mais caro que o dólar. Estamos absorvendo essa diferença para entender qual vai ser a tendência da moeda. Talvez volte para um patamar aceitável. Mas se continuar a aumentar ou não retroceder, é possível que tenhamos que fazer um repasse de preço. Até o momento, seguimos praticando os mesmos preços do ano passado.”

Fonte – portalsolar