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Parlamentares da bancada federal de Roraima se posicionam em relação a UHE do Bem Querer

Parlamentares da bancada federal de Roraima vão se posicionar no debate promovido pelo Fórum de Energias Renováveis de Roraima em relação à construção da Usina Hidrelétrica do Bem Querer. Nessa primeira matéria dará sua contribuição o senador Chico Rodrigues.

De uma forma geral ele é a favor da construção da usina, pois, para ele, a obra trará desenvolvimento para o estado de Roraima e acabará com um problema antigo que é a insegurança energética.

O senador Chico Rodrigues disse que um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de Roraima é a oferta de energia de forma sustentável e viável economicamente. “Hoje vivemos um apagão nessa área que não só prejudica a população de Roraima, como também inviabiliza o planejamento de crescimento econômico futuro. Então a construção de usina hidrelétrica deve ser pensada como uma das soluções possíveis. Lembro que a energia vinda dos rios também é sustentável e das mais limpas”, destacou ao acrescentar que há uma série de questões, inclusive de impacto ambiental, que devem ser avaliadas por todos os atores.

Chico afirmou que a primeira e mais importante solução para o problema energético de Roraima é a ligação do Estado ao Sistema Interligado Nacional. Ele acredita que o Estado está preso a uma série de restrições criadas pelo Ministério Público Federal e a passagem dessa ligação por algumas terras indígenas.

“É importante dizer que o presidente Bolsonaro está muito empenhado em superar esta questão e dar a Roraima essa ligação. Hoje, uma população de menos de duas mil pessoas, espaçadas, está subjugando quinhentos mil Roraimenses à falta de energia limpa”, disse.

O senador se disse um grande admirador de alternativas, como a solar e a eólica. Em Brasília, ele afirma que busca estimular investimentos neste tipo de oferta de energia para o Estado. “No entanto, a energia solar ainda tem algumas limitações hoje, pois o horário de pico de consumo no nosso Estado é à noite e há dificuldade de armazenamento”.

A produção da energia pelo dendê também é uma alternativa viável que vem se desenvolvendo em Roraima. Ele explica que existem estudos de especialistas mostrando isso. “A produção de energia por biomassa também é uma alternativa”.

Para Chico Rodrigues, é importante neste momento, enquanto se trabalha para destravar os obstáculos da ligação ao Sistema Interligado, buscar um sistema de oferta de energia elétrica baseado em mais de uma fonte alternativa de oferta, em especial as soluções sustentáveis.

Para ele não é colocar energia hidrelétrica contra energia solar, mas pensar em um sistema que una as qualidades dos diversos tipos de oferta de energia elétrica para Roraima e seus cidadãos. “Isso nos deixará menos vulneráveis e abrirá portas para o crescimento e o desenvolvimento de Roraima, que é a nossa meta”.

Os impactos que podem ser causados preocupam o senador. “O político comprometido com seu povo está sempre atento a todos os custos e perdas, como também a todos os benefícios. A gente precisa ter uma visão de impactos gerais de todos os atores sociais. No caso precisa se ver quais as alternativas temos para geração alternativa de energia, quais seus impactos, custos e eficiência de oferta de energia”, destacou.

Para Chico Rodrigues todas as fontes têm algum impacto sobre o meio ambiente. “Tive a oportunidade de ler, na Comissão de Infraestrutura, vários estudos sobre o custo/benefício das diversas fontes de energia. Cada grupo de interesse tenta mostrar que a sua fonte de energia é a mais limpa, mais barata e com menor impacto ambiental. O único consenso absoluto é que a forma como geramos energia hoje em Roraima é a mais poluente, mais cara e mais ineficiente, cuja manutenção só interessa a poucos grupos que lucram com ele”, esclareceu.

O senador explica que é preciso uma análise de impactos gerais não só sobre a quantidade de energia gerada, mas sobre os benefícios e prejuízos que poderão ter sobre todos os roraimenses e também sobre a sustentabilidade e criação de valor para todos.

“O político não pode tomar decisão apenas baseado em uma planilha, nem na posição de um grupo de pressão, mas levar em consideração uma análise mais ampla e ver o impacto no tempo sobre todos, inclusive aqueles que não têm voz, ou não estão organizados para fazer valer seu ponto de vista”, afirmou.

Chico disse que tem trabalhado diuturnamente em Brasília junto ao Governo Federal para que se consiga superar os obstáculos que ainda existem para interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional. “Essa é a prioridade número um para solucionar o problema de oferta de energia de forma perene para Roraima. Quem se opõe a essa solução, na verdade tem interesses menores sobre o interesse de todo o povo de Roraima. Quanto à hidrelétrica do Bem Querer precisamos analisar todas as alternativas e, sendo importante para o Estado, vamos trabalhar para que possa se tornar viável”.

Bem Querer, segundo Chico Rodrigues, está dentro da perspectiva de se ter um sistema de geração no Estado, formado por diversas fontes de geração sustentável energia elétrica. “Se for levado adiante, esse projeto certamente poderá ser integrado à melhoria da possibilidade de navegação do Rio Branco, que por sua vez poderá ter uma externalidade positiva para a população, em especial a população ribeirinha, e para a economia do Estado, reduzindo custo de transporte e aumentando a eficiência logística do Estado de Roraima. Tudo isso precisa ser avaliado na hora da tomada de decisão de política energética. É preciso olhar todos os setores afetados e ter uma avaliação ampliada de custo e benefício e não apenas a questão do custo de construção e a quantidade de energia gerada”, concluiu.

Por Nei Costa