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Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 do MME quer ampliar investimentos em energias renováveis.

Reflexos na economia motivados pela pandemia de Covid 19, a exemplo da queda na demanda de petróleo no segundo semestre de 2020, fizeram com que se acelerassem os planos para transição energética.  É o que mostra o Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2030, do Ministério de Minas e Energia- MME e Empresa de Pesquisa Energética –EPE, e que busca ampliar os investimentos em energias renováveis, eficiência energética e tecnologias alternativas nos próximos anos.

O estudo do PDE apontou que em 2019 a tecnologia fotovoltaica distribuída foi a segunda fonte com maior adição de capacidade instalada na matriz elétrica brasileira, período em que foram instalados novos 1,5 gigawatt (GW) em sistemas de Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), superando as fontes eólicas e FV centralizada, ficando atrás apenas da hidrelétrica. De acordo com o PDE, a qualidade dos recursos energéticos nacionais, as elevadas tarifas finais de eletricidade e um modelo de compensação de créditos extremamente favorável, tornaram o investimento em geração própria bastante rentável no Brasil. Sistema que foi aderido por consumidores residenciais, redes varejistas, bancos e indústrias.

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima mediante consulta pública, sugeriu ao MME que seja estruturada uma política pública de longo prazo que propicie efetivamente a transição energética para as energias sustentáveis e renováveis, com ênfase setorialmente à região amazônica. “Entendemos que a transição energética ocorrerá em todo o mundo, porém, em velocidades distintas. Países como o Brasil, que já dispõem de uma matriz elétrica preponderantemente renovável, partem na frente dos competidores. Se considerarmos nossos imensos potenciais para a geração de energia solar fotovoltaica e eólica, a competência técnica já instalada nas instituições de ciência e tecnologia e empresas nacionais e a significa capacidade de captação de recursos públicos e privados para investimentos na expansão da geração de energia elétrica, com base nessas fontes, certamente poderemos nos animar com as perspectivas de protagonismo no cenário mundial”, diz parte do documento.

Em relação à Amazônia onde se questionam o desmatamento e as queimadas o texto diz que é preciso que se dê igual destaque para os 3,5 milhões de toneladas de CO2eq despejados na atmosfera pelas termoelétricas a diesel, espalhadas por 211 sistemas isolados de suprimento de energia elétrica, com carga total de 475 MW, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Além de danos ambientais as termoelétricas causam danos também econômicos, onerando as contas de energia dos consumidores do país em R$ 8 bilhões ao ano.

“É imprescindível e urgente fazermos uma reflexão sobre os paradigmas das velhas concepções do século XX que persistem em nossas mentes, para que possamos conceber e desenvolver um Plano Decenal de Expansão de Energia para a década de 2030 capaz de transformar vantagens competitivas atuais em planos inteligentes, com resultados futuros consistentes e duradouros para a sociedade brasileira”. O Fórum diz que ainda há tempo para realizar uma correção estratégica de alinhamento com as tendências mundiais de governos e de mercados maduros, “apressando o futuro” a partir de uma matriz elétrica mais limpa na Amazônia e no Brasil.

Por Thamy Dinelli

Reprodução: imagem ilustrativa de GD