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Roraima inicia ano com mais de 200 unidades de Geração Distribuída- GD com energia solar

Roraima dá um salto e fecha o ano de 2020 com a instalação de 152 novas unidades de geração de energia fotovoltaica (FV), totalizando 226 instalações de Geração Distribuída (GD) em todo o estado. Beneficiando atualmente 279 Unidades Consumidoras (UC) de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica- ANEEL.  A predominância dessas novas instalações está em Boa Vista, com 146 unidades, o que pode ser explicado pelo fato de que os usuários individuais que implantam esse sistema em suas residências concentram maior poder aquisitivo capaz de custear os necessários investimentos iniciais. Embora a taxa de retorno seja rápida, percebida na redução imediata da conta de energia, não é a maioria que dispõe desse montante para investir e aguardar o retorno. As demais unidades de GD encontram-se assim distribuídas: 01 em Alto Alegre, 01 no Cantá, 02 em Caracaraí, 01 em Iracema e 01 em Pacaraima.

O Engenheiro Frederico Peiró, consultor do Fórum de Energias Renováveis, diz que mesmo com a pandemia da Covid-19 o setor não foi afetado e que o aumento de Unidades de GD em Roraima deve-se ao acesso às informações sobre os benefícios da energia solar, assim como às ofertas crescentes de financiamento. “Começou com uma unidade em 2016; as pessoas foram conhecendo, experimentando e percebendo que tem um retorno interessante. Esse conhecimento veio através das informações repassadas pela mídia em geral e pelo próprio Fórum, entidade constituída exatamente para propor e disseminar soluções inovadoras e de interesse coletivo acerca do desenvolvimento energético sustentável”, destacou.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica- ABSOLAR, em todo o Brasil há uma expansão no setor de Geração Distribuída, responsável pela geração de mais de 224 mil empregos e mais de R$11,3 bilhões em arrecadação de tributos.

Na opinião de Peiró, o potencial de GD-FV de Roraima é muito grande em razão das excelentes condições de insolação e de disponibilidade de áreas para sua instalação em residências e áreas próximas da rede de distribuição de energia. “Acredito que um grande número de residências, empresas e instituições se tornarão produtores de energia na medida em que os benefícios e as vantagens da GD se tornam mais conhecidos e que o mercado disponibilize um maior número de técnicos em instalações e serviços de apoio. Em um cenário de médio prazo o custo dos equipamentos e instalações é decrescente, o preço da energia distribuída pelas concessionárias é crescente, as ofertas de crédito são competitivas e as formalidades para ingressar neste universo de produtor são muito reduzidas. O meio ambiente é beneficiado com a redução das emissões de gases do efeito estufa – GEE”.

No estudo “Suprimento de Energia Elétrica em Roraima – Considerações e Estratégias”, de Frederico Peiró, vamos observar que essas 226 unidades geram em média 340 MWh/mês, reduzindo o consumo de diesel em 93.700 L/mês e as emissões de CO2 em 246 t/mês. Com essas novas usinas, tão somente em 2020 ocorreu um acréscimo de 1.622,3 kWp na potência instalada, consolidando um total de 2.832 kWp. É indiscutível, portanto, que potencializar a utilização dessas fontes para a geração de energia elétrica, significa acelerar a transição energética de Roraima.

Já no estudo Potencial de Geração Distribuída Fotovoltaica – Boa Vista, RR – Projeto BCO2R, de dezembro de 2018, encomendado pelo Instituto Clima e Sociedade e realizado pelos consultores em energia Frederico Peiró e Ricardo Lima, aponta que a geração fotovoltaica em Boa Vista se tornou competitiva em relação a outras tecnologias pois, de um modo geral, existe um potencial significativo para a redução do consumo nas diferentes classes de consumidores – Residencial; Comércio e Serviços; Serviços Públicos e Poder Público e Indústria – embora ainda seja necessário estruturar políticas públicas de fomento e soluções de mercado, como isenções fiscais, programas de eficiência energética integrados à GD e linhas de crédito mais vantajosas, portanto, mais atrativas à GD FV.

Ainda de acordo com o estudo, o mercado residencial é responsável por mais da metade de toda a energia elétrica consumida em Boa Vista – daí justificar também o fato do crescente número de GD FV em 2020 em propriedades particulares – perdendo somente para a classe dos Serviços Públicos e Poder Público que, naturalmente, merece uma abordagem especial acerca das estratégias de expansão da GD, como políticas públicas e investimentos para o setor.

Por Thamy Dinelli

Reprodução: imagem ilustrativa de GD