Engenheiro Orlando Martins

UHE do Bem Querer é fundamental para o desenvolvimento de Roraima, garantem engenheiros

A construção da Usina Hidrelétrica do Bem Querer, no rio Branco, município de Caracaraí, será de fundamental importância para o desenvolvimento do estado de Roraima. Essa é a opinião do engenheiro e gestor de projetos, Orlando Martins Júnior e do engenheiro Admar Sá.

Eles acreditam que entre os prós e contras da usina, os benefícios são muito maiores do que os prejuízos que podem ser causados em nível social, ambiental ou econômico.

Estudiosos do projeto da Usina do Bem Querer, eles afirmam que o projeto não vai causar tantos danos à natureza e, ao contrário, vai dinamizar o desenvolvimento do agronegócio, do transporte fluvial e dará a Roraima a segurança energética de que tanto precisa para sair do marasmo que se encontra há anos.

Orlando Martins explicou que três pontos fundamentais devem ser levados em consideração quando se fala de Bem Querer. “Primeiro é que a construção da usina vai possibilitar que o setor agrícola ganhe impulso, já que vai possibilitar que novos projetos de irrigação possam ser desenvolvidos e o Estado possa se transformar num grande produtor e exportador de grãos, por exemplo. Segundo porque vai possibilitar que o Rio Branco torne-se navegável até Boa Vista, fato que vai gerar economia para o estado, uma vez que o transporte fluvial é muito mais barato que outros. Terceiro é que o estado vai ganhar segurança energética e com isso atrair novos investimentos que vão gerar empregos e melhorar a condições de vida das pessoas”, destacou.

O gestor de projetos disse que, ao contrário do que muitos afirmam, essa usina não vai gerar tantos impactos ambientais, pois a área de alagação será no lavrado, fato que diminui a emissão de gases.

Outro fator levantado pelo engenheiro é que a área de alagação da usina será de cerca de 500 quilômetros quadrados, número esse que não é muito superior aos apresentados hoje, mesmo sem a usina. “Hoje, no período das chuvas, a área de alagação atinge cerca de 300 quilômetros quadrados”, disse.

Orlando lembrou que a UHE do Bem Querer terá uma potência instalada de 700 MW e média de 400MW. Estará na ponta de um sistema e vai funcionar como compensadora do Sistema Interligado Nacional. “Quando Bem Querer estiver na sua condição de plena produção, no período das cheias, o restante das usinas brasileiras  vão estar produzindo menos, pois estarão no período da estiagem. Isso vai fazer com que Bem Querer funcione como base de compensação para todo um sistema, ou seja, existirá um balanço hídrico no sistema”, explicou.

Orlando esclareceu que o processo está na etapa de estudo, mas a partir do momento que for aprovado levará cerca de três anos para ser concluído. “Se o processo de licenciamento terminar em 2021 e for aprovado pelo Ibama, a obra terá um período de cerca de três para a sua conclusão”.

O engenheiro Admar Sá disse que outro aspecto a ser levado em consideração é a linha de transmissão Manaus/Boa Vista. Ele disse que esses dois projetos se complementam e que contribuem para aumentar a confiabilidade e segurança no atendimento à demanda de energia (em Roraima) nos estados de Roraima e Amazonas, este último recebendo o excedente de energia produzida.

Admar explica que a usina será uma fonte de energia firme, na ponta de um sistema de transmissão final da linha Manaus/Boa Vista. “Além disso, ainda que o fornecimento de energia pela União seja interrompido, Bem Querer terá a capacidade de suprir a demanda de energia do Estado de maneira integral na maior parte do ano e parcial no período seco”.

Por Nei Costa