O Linhão de Guri foi inaugurado em 13 de agosto de 2001 depois de anos de obras. Foto: Eletrobras

Linhão de Tucuruí continua sem data certa para início das obras

Fórum de Energias Renováveis de Roraima publica uma série de matérias a respeito do histórico da política energética no Estado. 

O Estado de Roraima é o único do país que não é interligado no sistema nacional e, por isso, foi abastecido pela energia elétrica gerada na Venezuela até meados de 2019. De lá até os dias atuais Roraima é abastecido por usinas termelétricas que poluem e de custo alto.

A inclusão do Estado no sistema nacional é discutida há anos. Para solucionar a dependência enérgica da Venezuela, o governo pretende, há anos, construir o chamado Linhão de Tucuruí, interligando Boa Vista à Manaus.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) licitou a obra em 2011. O consórcio TransNorte – formado pelas empresas Alupar e Eletronorte, investiu R$ 300 milhões no empreendimento, que deveria ter sido entregue em dezembro de 2015. Mas, as obras sequer começaram.

O linhão tem que cruzar 125 quilômetros de território indígena e as empresas não têm autorização para entrar nas terras do povo Waimiri-Atroari. Em dezembro de 2015, o Ibama emitiu Licença Prévia para o empreendimento, mas o problema esbarrou na Licença de Instalação. É necessário que a Fundação Nacional do Índio (Funai) se manifeste sobre a passagem da obra pela região.

Demanda crescente por energia

De acordo com o governo de Roraima, a demanda atual de energia elétrica no Estado é de quase 200 MW. Antes da suspensão em definitivo do fornecimento de energia da Venezuela, cerca de 50% era suprida pela geração venezuelana. A Linha de Guri tinha capacidade para 95 MW.

Segundo o Balanço Energético Nacional da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade instalada de produção de energia no Estado em 2016 era de 257 MW. Nesse mesmo ano, a geração total atingiu 156 MW. Sendo 144 MW vindos de usinas termelétricas a óleo diesel. A opção, mais cara e poluente, já estava cada vez mais utilizada, devido a deterioração da linha de transmissão entre Brasil e Venezuela.

De acordo com o governo estadual, a produção desse tipo de energia custava, à época, R$ 720 milhões por ano. Mais de R$ 500 milhões eram direcionados para a compra de diesel, combustível usado para operar as térmicas.

Roraima também conta com a energia produzida na Usina Hidrelétrica de Jatapú, que desde o começo de 2019 opera em capacidade total de 10 MW, em fase de teste. A energia, no entanto, só é suficiente para abastecer três municípios, de acordo com o governo estadual.

Linhão de energia é classificado como interesse nacional pelo governo federal

Para resolver o problema de abastecimento de energia em Roraima, o governo decidiu enquadrar o linhão de transmissão Manaus-Boa Vista, para abastecimento de energia elétrica no estado, como um empreendimento de infraestrutura de interesse da política de defesa nacional.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, com a declaração de interesse nacional o governo poderá acelerar as etapas para que o projeto receba o licenciamento ambiental. A intenção do governo era que as obras de construção do linhão iniciassem a partir do dia 30 de junho de 2019.

“A declaração significa que o processo de construção será acelerado, que os aspectos relativos às questões ambientais serão considerados, mas estarão num bojo maior, o da soberania nacional e de levar, principalmente ao estado de Roraima, a energia que produzimos aqui no coração do país e evitarmos que, no futuro, eventualmente aquele estado venha a sofrer com falta de energia, e até que nós todos, cidadãos do nosso país, tenhamos que pagar por uma energia elétrica mais cara fruto da necessidade de operar uma termelétrica”, disse Barros

A construção do linhão foi um dos temas discutidos pelo presidente Jair Bolsonaro com o Conselho de Defesa Nacional, órgão que reúne o presidente da República, os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, além de ministros e dos chefes das Forças Armadas.

Roraima é o único estado do país que não é ligado no Sistema Interligado Nacional (SIN), e é abastecido por termelétricas desde a suspensão do fornecimento da energia elétrica gerada na Venezuela. A construção do linhão vai interligar o estado ao SIN, fazendo com que Roraima deixe de depender da energia gerada e de usinas termelétricas para atender o suprimento energético.

Linha de transmissão

Licitado em 2011, o projeto do linhão ainda está em processo de licenciamento ambiental, em razão de um impasse envolvendo os índios Waimiri-Atroari, que habitam na região. O motivo é o traçado previsto para o linhão, dos 721 quilômetros da malha, cerca de 123 quilômetros passam dentro da Terra Indígena.

Em março de 2018, o governo retomou as tratativas com os índios, mas os Waimiri-Atroari interromperam as negociações argumentando que o governo não havia realizado consulta prévia à comunidade.

Um documento do Ministério de Minas e Energia de dezembro de 2018, informava que a avaliação do governo era que a licença seria emitida em março de 2019. Entretanto, a pasta classificou o empreendimento como “sem previsão” de licenciamento.

Licenciamento

O porta-voz disse que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ficou responsável por destravar o processo na parte relacionada aos impactos ambientais. “O ministro [Ricardo Salles] adiantou que as licenças estarão concluídas em um prazo tão curto quanto possível,” disse Barros, sem, contudo, especificar uma data.

A perspectiva do governo é que, uma vez iniciadas, as obras sejam concluídas em três anos. Durante este período o estado continuará dependendo de usinas termelétricas.

A obra é de responsabilidade da concessionária Transnorte Energia, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar, que ganhou a concessão do linhão. O traçado é previsto para correr paralelamente à BR-174, que corta a terra indígena. Do total de 1.440 torres de transmissão previstas para toda a linha, 250 a 300 torres passariam pela terra indígena.

Uma possibilidade para resolver o impasse seria reduzir a distância entre as torres de transmissão e a rodovia, o que reduziria o impacto ambiental ligado ao desmatamento da área.

Leia também:

Inauguração do Linhão de Guri gerou expectativas e decepções

Por Nei Costa com informações da Agência Brasil

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Basa conta com linha de crédito para produção de energia solar a juros baixos

O Banco da Amazônia, um dos parceiros do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, lançou programas para financiamento de geração de energia, entre eles o Energia Verde, que financia a produção de energias renováveis para consumo próprio, como painéis solares em residência, empresas e empreendimentos rurais.

O subgerente do Basa em Roraima, André Luiz Pereira, explicou que a linha de crédito é uma ótima oportunidade para que consumidores produzam sua própria energia, com juros acessíveis, que variam de 4,5% a 4,8% ano, dependendo do valor financiado.

O subgerente do Basa em Roraima, André Luiz Pereira. Foto: Raynãa Fernandes

Ele esclareceu que o prazo para pagamento do financiamento é de oito anos, com carência de seis meses. “Esse prazo de carência prevê o tempo que a empresa distribuidora de energia levará para aprovar o projeto”, explicou.

O Energia Verde beneficia pessoas físicas ou jurídicas e financia equipamentos para o aproveitamentos das fontes de biomassa, pequenas centrais geradoras hidrelétricas, parques eólicos e centrais fotovoltaicas (energia solar).

André Pereira informou que a pessoa interessada em instalar uma central de energia solar em sua casa deve procurar, primeiramente, uma empresa que faça o projeto técnico para que ele tenha noção do valor do empreendimento. Em seguida a Roraima Energia tem que aprovar o projeto e “depois essa pessoa se dirige ao Basa, faz o cadastro e o banco vai avaliar se ele está apto ou não para ter o crédito”, destacou.

Prazos

Para projetos de pessoas jurídicas voltados à produção de energia renovável para consumo próprio do empreendimento, no caso de micro empresas e empresas de pequeno porte, o prazo para pagamento é de oito anos, incluída a carência de até seis meses. As demais empresas têm até 12 anos para pagamento, incluindo a carência de até quatro anos.

O subgerente André Pereira lembra que os prazos de financiamento deverão ser dimensionados de acordo com a capacidade de pagamento do beneficiário.

Outro fator que deve ser levado em conta pelo interessado é que o Basa financia 80% do valor total do projeto. Os 20% restantes é de responsabilidade do beneficiário, mas ele também tem a possibilidade de colocar os próprios equipamentos financiados como garantia prévia, devendo ser observado o percentual mínimo, final, de 100% do valor financiado.

André Pereira esclareceu que para a pessoa física (aquele que vai fazer a instalação na sua casa) o financiamento pode atingir até 100% do valor do projeto. “O valor mínimo do financiamento é de R$ 8 mil e o máximo de R$ 100 mil”, disse.

Fórum

O objetivo do Fórum é promover análises, estudos, interlocução e articulação institucional, com os objetivos de debater e formular propostas de políticas públicas, que representem consensos entre atores sociais relevantes, visando o desenvolvimento energético de Roraima. O “FÓRUM” tem a intenção de sensibilizar, conscientizar e qualificar a opinião pública em relação aos desafios da questão energética no Estado, mediante metas de curto, médio e longo prazos, sempre visando ações efetivas e soluções energeticamente sustentáveis para a sociedade.

O  Fórum gradualmente integrará atores e lideranças locais, abrangendo, dentre outros setores, a comunidade de ciência, tecnologia e inovação; as entidades representativas das classes empresariais; as instituições relevantes dos diversos segmentos da sociedade; as organizações da administração pública; os órgãos de controle da gestão pública; as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia; os organismos de planejamento e regulação do setor elétrico e as entidades setoriais de âmbito nacional na geração de energia renovável.

Por Nei Costa

O Linhão de Guri foi inaugurado em 13 de agosto de 2001 depois de anos de obras. Foto: Eletrobras

Inauguração do Linhão de Guri gerou expectativas e decepções

Fórum de Energias Renováveis de Roraima publica, a partir desta segunda-feira (27), uma série de matérias a respeito do histórico da política energética no Estado. 

Em 13 de agosto de 2001 o então presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurou em Santa Elena de Uairén, na Venezuela, o Linhão de Guri, que é a interconexão do complexo hidrelétrico de Guri-Macágua com a cidade de Boa Vista (RR).

Na época, o objetivo era beneficiar mais de 90% da população de Roraima com energia limpa, confiável e mais barata. Em 15 de julho os moradores de Roraima passaram a receber energia hidrelétrica. O Estado utilizava energia térmica a diesel para o abastecimento.

A linha de transmissão de Guri-Macágua tem 676 quilômetros de extensão e capacidade de gerar 200 megawatts (MW) para Roraima, conforme contrato assinado entre a Venezuela e o Brasil.

Naquele ano, a expectativa do governador do Estado, Neudo Campos (PPB), era de que os gastos da população se reduzissem pela metade com a nova fonte de energia hidrelétrica, fato que nunca ocorreu até os dias atuais.

Pelos cálculos do então governador, o preço de 1 megawatt gerado pelas termelétricas era da ordem de US$ 125, enquanto que o mesmo megawatt vindo do complexo Guri-Macágua custaria US$ 26.

“Essa é uma grande boa notícia em termos energéticos. Não só obtivemos energia de alta qualidade, como reduzimos substancialmente o seu custo”, disse Neudo à época.

Neudo Campos esperava que as menores tarifas de energia também poderiam fazer de Roraima um pólo atrativo para novos investimentos, além de melhorar a qualidade de vida da população local.

“Se reduzir o preço da energia, há o aumento de renda à população e a possibilidade de geração de empregos e atrativos para novos investimentos”, ressaltou.

Em 2001, além de Boa Vista, nove cidades do interior de Roraima teriam acesso à fonte hidrelétrica de Guri-Macágua, o que encerraria os problemas de cortes de energia muitas vezes provocados pelas usinas termelétricas.

“O estado pagava por termelétricas mais ou menos o dobro do que o restante do país paga para obter energia hidrelétrica. Hoje estamos festejando um insumo básico para o desenvolvimento do estado, principalmente por estar acontecendo num momento que os problemas de energia estão quase que mapeados pelo Brasil inteiro”, discursou Campos.

Por Nei Costa com informações da Agência Brasil

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Consumidor gerador de energia solar merece tratamento diferenciado, defende MP

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, entrou com representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo que os consumidores produtores de energia solar tenham tratamento diferenciado, caso haja mudanças na Resolução 482/2012. O documento foi protocolado na última segunda-feira (21).

Ele acredita que possa haver ofensas aos princípios da segurança jurídica por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que pode causar prejuízo potencial para cerca de 120 mil consumidores, principalmente aqueles que geram sua própria energia.

O procurador afirma que não se vislumbra nas alterações sugeridas pela Aneel qualquer distinção entre consumidores/geradores residenciais e consumidores/geradores industriais, com inobservância aos fundamentos do princípio da igualdade ou isonomia, haja vista que esses personagens não são em sua essência iguais.

Lucas Furtado espera que o TCU averigue a legalidade, legitimidade, necessidade e razoabilidade das mudanças pretendidas pela Aneel nas regras do sistema de compensação de energia elétrica em face dos princípios da segurança jurídica da confiança legítima e da boa-fé.

Mudanças nas regras da geração distribuída

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima defende a manutenção da resolução 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica, que trata sobre as regras da geração distribuída, sistema pelo qual os consumidores podem produzir sua própria energia.

A Carta Proposta da representação foi publicada no site do órgão regulador, e aguarda resultado da análise que deve ocorrer ainda no primeiro trimestre desse ano. Confira aqui documento na íntegra.

No dia 6 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro declarou que defende acordo com o Congresso para vetar a aplicação de taxas aos consumidores que geram a própria energia. “A nossa posição é tarifa zero. Está sepultada qualquer possibilidade de taxar energia solar”, declarou o presidente em entrevista a jornalistas.

Por Nei Costa

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Termelétrica Jaquatirica II deve ser entregue até junho de 2021

Governador de Roraima, Antonio Denarium, e o diretor-geral da ANP visitaram canteiro de obras da usina de gás, na zona rural de Boa Vista, nesta quinta-feira (23).

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), e o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone visitaram, nesta quinta-feira (23), o canteiro de obras da usina de gás da empresa Eneva, na zona rural de Boa Vista. A previsão para a entrega da Termelétrica Jaquatirica II é junho de 2021.

A usina, localizada na região do Bom Intento, vai gerar até 133 megawatts de energia elétrica para Roraima. As obras de construção estão em fase de estruturação das bases de edificação, com perfurações, para o armazenamento do gás natural que vem do Campo do Azulão, no Amazonas.

Para o governador, a implantação da usina representa um grande avanço para o estado de Roraima, pois vai garantir segurança energética à população.

“Fico muito feliz em ver que as obras estão em pleno vapor e isso se deve também ao apoio do governo que não mediu esforços para facilitar o processo de liberação da documentação para a implantação da usina”, disse Denarium.

Leilão
Em maio de 2019, ocorreu o leilão de energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a empresa Eneva foi uma das vencedoras do certame. A empresa deve investir R$ 700 milhões na implantação da Usina Termelétrica de Gás Natural de Jaguatirica II.

O Contrato de Comercialização de Energia Elétrica e Potência nos Sistemas Isolados (CCESI) tem duração de 15 anos e a entrega da energia está prevista a partir de 28 de junho do próximo ano.

Com informações do Governo de Roraima

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Portal do Fórum de Energias Renováveis de Roraima é lançado

Portal traz matérias a respeito das energias renováveis e uma biblioteca ampla

O Portal do Fórum de Energias Renováveis de Roraima foi lançado na manhã terça-feira (21).  Trata-se de uma nova ferramenta de pesquisa a respeito da geração de energia limpa, seus efeitos para o meio-ambiente, custos de instalação e informações técnicas que ajudam a entender a importância de se gerar e consumir energia não poluente.

No Portal estão concentradas informações a respeito de financiamento para instalação de energia solar em residências, seus efeitos e, principalmente, a redução dos gastos.

No energiasroraima.com.br o leitor fica sabendo como é possível instalar placas de painéis solares, custos para instalação e qual a redução que a pessoa terá no final do mês com sua conta de energia.

O Portal também traz matérias sobre linhas de crédito e como o interessado pode fazer para acessá-las, bem como saber quais os juros cobrados pelas instituições financeiras e qual a economia o consumidor terá no final do mês.

Aqueles que quiserem informações técnicas a respeito das energias renováveis poderão contar com uma biblioteca repleta de artigos e estudos sobre a viabilidade de utilização das energias alternativas em todo o Brasil. Nela, também constam vídeos e podcasts com integrantes do Fórum, que esclarecem as dúvidas dos interessados.

Por Nei Costa

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Fórum de Energias em Roraima defende manutenção de regras para geração distribuída de energia

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima defende a manutenção da resolução 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que trata sobre as regras da geração distribuída, sistema pelo qual os consumidores podem produzir sua própria energia.

A Carta Proposta da representação foi publicada no site do órgão regulador, e aguarda resultado da análise que deve ocorrer ainda no primeiro trimestre desse ano. Confira aqui documento na íntegra.

Nas regras atuais, quem gera a própria energia, seja solar ou outro tipo de energia limpa, não paga algumas taxas pelo uso do sistema elétrico. A ANEEL defende a retirada desses incentivos, alegando que os custos são distribuídos para os demais consumidores que não aderiram ao sistema da geração distribuída.

Por exemplo, quem produz e consome a própria energia passará a pagar pelo uso da rede de transmissão e distribuição, o que vai de 100% de compensação para uma média de apenas 38%. Se o consumidor paga uma conta de luz de R$ 800, passará a pagar R$ 80. Caso as novas regras sejam aprovadas, essa mesma conta será de R$ 320.

Para especialistas do Fórum de Energias de Roraima, essa mudança proposta pelo órgão regulador traz desvantagens econômicas para o estado, sistema isolado e ainda atendido por geração a diesel. O coordenador do Fórum, Alexandre Henklain, explicou que a contribuição do Fórum de Energias Renováveis veio da constatação feita pelos profissionais e consultores da entidade.

“Os subsídios recorrentes das Contas Consumo de Combustível são bem mais elevados que os subsídios recorrentes do uso das energias renováveis, particularmente da energia solar. Estamos demonstrando à ANEEL que vale a pena manter as regras do jogo sem quaisquer mudanças na resolução 482”, afirmou.

‘Está sepultada qualquer possibilidade de taxar energia solar’, diz Bolsonaro

No último dia 6 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro declarou que defende acordo com o Congresso para vetar a aplicação de taxas aos consumidores que geram a própria energia. “A nossa posição é tarifa zero. Está sepultada qualquer possibilidade de taxar energia solar”, declarou o presidente em entrevista a jornalistas.

Em sua conta oficial no twitter, Bolsonaro postou: “Conversei com Rodrigo Maia [presidente da Câmara] e Davi Alcolumbre [presidente do Senado] sobre a taxação da energia solar proposta pela ANEEL. O Presidente da Câmara porá em votação PL, em regime de urgência, proibindo a taxação da energia solar. O mesmo fará o Presidente do Senado. Caso encerrado”.

Para o Fórum de Energias de Roraima, as declarações do presidente da República foram positivas. “Apreciamos a sensibilidade demonstrada pelo presidente da República com o desenvolvimento das energias renováveis e com a defesa do direito do cidadão de gerar a sua própria energia”, afirmou Alexandre Henklain.

Por Emmily Melo

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Fórum de Energias Renováveis e as potencialidades de Roraima 

Roraima vive um momento importante quando o assunto é energia. Com a suspensão do fornecimento pelo Linhão de Guri e por não estar interligado ao Sistema Nacional, o estado é dependente de termoelétricas. O investimento em energias renováveis é uma das possibilidades para tirar o estado do caos.

Nesse primeiro podcast do Fórum de Energias Renováveis e as potencialidades de Roraima, a repórter Raynãa Fernandes conversou com Alexandre Henklain, coordenador do Fórum estadual, para saber do trabalho desenvolvido pela instituição e quais as metas em prol de uma  energia de qualidade.

Ouça a entrevista: 

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Conheça as principais linhas de crédito para instalação da energia solar

Um sistema solar fotovoltaico deve ser visto como um investimento, pois dura mais de 25 anos (muitos estimam que ele possa durar até mais de 30 anos). O Brasil está cada vez mais consciente de seu potencial energético solar. No entanto, o valor ainda é um entrave na hora de adotar a fonte alternativa.

A forma de pagamento que maximiza o retorno sobre o investimento e diminui ao máximo o tempo para retorno é sempre o formato “à vista” ou parcelado sem juros diretamente com a empresa instaladora de energia solar. Porém, esta não é a realidade de muitos. Por isso, separamos as principais linhas de financiamento voltadas para a instalação de sistemas de geração de energia fotovoltaica no Brasil.

CAIXA ECONÔMICA

A Caixa Econômica Federal passou a aceitar projetos de energia solar em sua linha de crédito Construcard, destinada para a compra de material de construção. Com uma taxa de juros em torno de 1,95% ao mês, o projeto pode ser parcelado em até 240 vezes. O financiamento está disponível para pessoas física e jurídicas. No site do banco você pode fazer uma simulação dos juros e prazos do empréstimo.

SANTANDER

Através do Santander Financiamentos, o banco disponibiliza crédito para a instalação de sistemas fotovoltaicos com um parcelamento de até 60 vezes. Disponível para pessoas física e jurídica (correntistas e não correntistas), a taxa de juros varia de acordo com os valores, prazos e demais condições escolhidas pelo beneficiado.

BNDES

Voltado para grandes projetos de energia solar, a linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibiliza até 80% do custo da obra com uma taxa de juros de 7,5% ao ano. O investidor é obrigado a ter uma participação mínima de 20% nos custos com possibilidade de emissão de debêntures (título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros), das quais o BNDES se compromete a adquirir até 50%.

BANCO DO NORDESTE

O Banco do Nordeste abriu uma linha de financiamento específica para projetos de micro e minigeração de energia solar. O FNE Sol está disponível para empresas, produtores rurais, cooperativas e associações dos estados nordestinos, além do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Com um prazo de pagamento de até 144 meses, o FNE Sol financia até 100% do custo da obra.

SICREDI

A Sicredi possui uma linha especial de financiamento para energia solar para seus associados, sejam eles pessoa física ou jurídica. O prazo de pagamento é de até 60 meses. As taxas de juros variam entre 1% e 3% ao mês, condicionadas à análises de crédito. Você pode fazer uma simulação através do simulador da BV financeira, um dos filiados ao Sicredi.

DESENVOLVE SP

Com o intuito de reduzir 20% das emissões de CO2 de São Paulo até 2020, o governo estadual criou a Linha de Financiamento Economia Verde, que inclui o financiamento de sistemas fotovoltaicos. Voltado para pequenas e médias empresas da região, o pagamento pode ser parcelado em até 120 vezes com uma taxa de juros de 0,53% ao mês.

PRONAF

A linha de financiamento governamental “Mais Alimentos”, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltada para pequenos agricultores, inclui o financiamento de sistemas fotovoltaicos de até R$ 300 mil. Com uma taxa anual entre 2,5% a 5,5% anuais, o agricultor só começa a pagar após 36 meses da aquisição do crédito.

BANCO DO BRASIL

O Proger Urbano Empresarial é uma linha de crédito para ampliar ou modernizar empresas. O financiamento utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Governo Federal. Os projetos de investimento devem proporcionar geração ou manutenção de empregos e renda. As taxas de juros variam bastante de acordo com o relacionamento que o cliente possuir com o banco. Até 72 meses para o financiamento com limite de financiamento de R$1 milhão, limitado a 80% do projeto de investimento.

O FCO Empresarial tem como público-alvo as pessoas jurídicas de direito privado que se dedicam à atividade produtiva nos setores industrial, agroindustrial, mineral, turístico, comercial, de serviços e de infraestrutura econômica, inclusive empresas públicas não dependentes de transferências financeiras do Poder Público. É direcionado aos produtores rurais, tanto pessoa física como jurídica, bem como cooperativas e associações com atividade rural. As regiões atendidas são: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, ou Mato Grosso do Sul.

Por Nei Costa

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Energia solar gera economia de cerca de 80% no valor da conta

Consumidores que queiram adquirir pequenas usinas de produção de energia solar podem economizar cerca de 80 a 90% no valor final da conta de energia, mesmo financiando todo o material para a instalação do equipamento.

Integrantes do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, Alexandre Henklain, Daniel Minholi, do Sebrae, Emerson Baú, secretário de Agricultura, Conceição Escobar, presidente do Sindicatos dos Engenheiros Eletricistas e o diretor do Banco da Amazônia, Daniel Moura se reuniram para traçar metas que facilitem o acesso de sociedade às linhas de crédito do Basa.

Entre outros assuntos debatidos, os dirigentes discutiram os entraves que existem para que o crédito atinja um maior número de pessoas e os benefícios que a energia solar gera, principalmente econômicos.

Henklain mostrou que na maioria dos casos de substituição parcial da energia gerada pelos motores à diesel, a economia chegou a 80%. “Uma conta que oscilava entre R$ 800 e R$ 900 baixou para pouco mais de R$ 90. Isso significa que a pessoa que fizer um financiamento numa instituição financeira vai ter condições de pagar o empréstimo e ainda sobrar um saldo para outro investimento”, ressaltou.

O diretor do Basa, Daniel Moura, informou que a linha de crédito do banco cobra juros de cerca de 4,5%, dá seis meses de carência e 100 meses para pagar.

A prestação média de um financiamento de R$ 15 mil vai ficar em torno de R$ 300. Isso significa que a pessoa que paga cerca de R$ 800 de energia mensalmente vai conseguir pagar o financiamento e ainda ter algum dinheiro de sobra.

Os representantes do Fórum se colocaram à disposição da instituição financeira para encontrar os melhores meios para que a população tenha mais facilidade de acesso às linhas de financiamento do Banco.

Outra reunião já foi marcada para discutir as alternativas e dentro de mais alguns dias tanto o Fórum de Energias Renováveis, quanto o Banco vão apresentar soluções para incrementar o acesso. 

Fórum de Energias Renováveis

O objetivo do Fórum é promover análises, estudos, interlocução e articulação institucional, com os objetivos de debater e formular propostas de políticas públicas, que representem consensos entre atores sociais relevantes, visando o desenvolvimento energético de Roraima.

O Fórum tem a intenção de sensibilizar, conscientizar e qualificar a opinião pública em relação aos desafios da questão energética no estado, mediante metas de curto, médio e longo prazos, sempre visando ações efetivas e soluções energeticamente sustentáveis para a sociedade.

O  Fórum, gradualmente, integrará atores e lideranças locais, abrangendo, dentre outros setores, a comunidade de ciência, tecnologia e inovação; as entidades representativas das classes empresariais; as instituições relevantes dos diversos segmentos da sociedade; as organizações da administração pública; os órgãos de controle da gestão pública; as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia; os organismos de planejamento e regulação do setor elétrico e as entidades setoriais de âmbito nacional na geração de energia renovável.​

Por Nei Costa