Emerson Baú e Conceição Escobar no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

Energia de fonte renovável cresce em RR, dizem especialistas

Desde o final do ano passado, Roraima passou a contar com o Fórum de Energias Renováveis, uma organização da sociedade civil para discutir propostas de políticas públicas e do desenvolvimento energético no Estado, de forma sustentável. A avaliação é que o investimento em energia renovável tem crescido exponencialmente em todo o país, inclusive em Roraima. [Confira, no vídeo abaixo, entrevista na íntegra].

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A informação é da presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas em Roraima e Representante no Fórum, Conceição Escobar, e do titular da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Emerson Baú, em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 100.3 FM, neste domingo, 16.

A presidente da Associação ressalta que embora ocorra esse crescimento de pequenos geradores de energia, ainda falta muito para que sobre geração de energia. Atualmente a geração de Roraima gira em torno de 240 a 300 megawatts.

“Os pequenos geradores têm crescido exponencialmente. Mas, mesmo crescendo dessa maneira, o regime de energia gerada ainda está no percentual de 1% a 2% da matriz nacional”, explica.

Conceição ressalta que mesmo se todas as empresas do ramo de energia renovável se juntassem e pudessem, em conjunto, gerar mais de 300 megawatts, não haveria perda do excedente, mesmo considerando que Roraima é um sistema isolado.

Isso, por conta do controle promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e das concessionárias distribuidoras do ramo. “Os produtores individuais têm que apresentar seu projeto para empresa concessionária distribuidora. Alguém tem que ter o controle. É complexo, mas alguém tem que controlar. Alguém tem que comprar. E compra e venda de energia só é feito por meio de leilão, que é regulado pela Aneel”, completa a presidente.

“Enquanto sociedade civil defendemos a geração do pequeno produtor por não termos essa coordenação macro. Se o Linhão de Tucuruí não sair, nós temos que procurar outras formas. Não podemos é ficar no escuro”, complementa Conceição.

Emerson Baú, que é empresário que investiu no ramo da energia solar, afirma que o aumento da demanda se dá por conta das vantagens da energia alternativa, dentre elas o econômico. Ressaltou ainda que instituições financeiras estão inclusive oferecendo financiamentos para os interessados em investir na energia renovável, o que também facilita.

“Fizemos um investimento na parte da energia solar e percebemos que comercialmente vale a pena. Por exemplo, o valor que seria pago à cobrança mensal pode ser dado ao financiamento. Além de pensar na própria questão ambiental e as características do Estado que tem uma fonte de luminosidade intensa, que proporciona essa chance de investir na energia solar”, afirmou.

ENERGIA RENOVÁVEL – Segundo o Portal Solar, as fontes de energia renováveis são provenientes de recursos naturais continuamente reabastecidos em uma escala de tempo humana. Entre fontes renováveis estão a energia do sol, dos ventos, da água, das marés, de materiais orgânicos e do calor da terra.

As energias renováveis são as energias resultantes dos recursos naturais que se renovam, portanto, energias inesgotáveis. Entre as energias renováveis estão a energia solar, hidráulica (ou hidrelétrica ou hídrica), eólica, maremotriz, geotérmica e a biomassa (como substituta do petróleo de combustíveis).

Fonte: Paola Carvalho, da Folha de Boa Vista 

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Vendas de painéis solares crescem em Roraima e empregos são gerados

Investir em produção de energia solar deixou de ser sonho em Roraima. A chamada geração fotovoltaica, além de ser uma opção limpa, representa economia e traz diversos benefícios e estabilidade em meio aos problemas enfrentados pelos roraimenses com o abastecimento por termoelétricas a diesel.

Com o cenário favorável devido a incidência solar e localização geográfica, a empresa Donsol apostou e investiu nesse mercado. “Em 2016 nós instalamos o primeiro sistema on grid, interligado diretamente à rede de distribuição de energia. O modelo dispensa o uso das baterias de carga”, disse Pedro Brígido, gerente da loja.

Pioneira em Boa Vista, a empresa oferece serviços como o dimensionamento do sistema, venda de equipamentos para a instalação de sistemas fotovoltaicos em residências e empresas, além da elaboração do projeto que será apresentado à Roraima Energia.

A empresa conta hoje com onze funcionários fixos e três temporários. Em quatro anos de trabalho, a Donsol já instalou 84 usinas fotovoltaicas em residências e estabelecimentos comerciais. “Nossa meta para os próximos anos é ampliar a prestação de serviço em Roraima e no Amazonas”.

Além da Donsol, quem também foi atraída pelo potencial e benefícios da energia alternativa foi a LMP Empreendimentos, empresa que atua no ramo da construção civil há três anos. A LMP já oferece para os clientes, opções de projetos residenciais com sistema de energia solar.

Entre julho e dezembro do ano passado, Mayk Quadros, consultor de vendas da empresa, coordenou uma pesquisa de campo para analisar o mercado e o tipo de serviço que poderia ser disponibilizado para os consumidores. “Fiz esse levantamento, ligando para empresas, procurei saber como trabalhavam, o método de representação de proposta,  tudo  para oferecer aos nossos clientes um serviço com melhor custo benefício”.

Mayk Quadros foi o responsável pela pesquisa de mercado da LPM empreendimentos. Foto: Raynãa Fernandes/Fórum

Logo nos primeiros meses de trabalho, 35 propostas foram apresentadas. No fim do mês, a empresa vai instalar a primeira usina fotovoltaica. O trabalho inicial será feito por cinco profissionais, sendo quatro instaladores e um engenheiro elétrico.

Novos profissionais

Com as mudanças no cenário energético, o mercado roraimense se ampliou e, assim, novas oportunidades apareceram, como por exemplo, para profissionais de carreira e acadêmicos do curso de Engenharia Elétrica, ofertado pela Universidade Federal de Roraima.

Dados divulgados pela UFRR e a coordenação do curso, mostram que a Universidade já formou 37 novos profissionais. De acordo com Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Roraima (CREA-RR), existem 445 profissionais da Engenharia na modalidade eletricista com registros ativos em exercício.

A presidente da Associação dos Engenheiros Eletricistas de Roraima, Maria Conceição Escobar, destaca o crescimento na atuação dos profissionais da área. “Engenheiros Eletricistas em Roraima, até 2017, atuavam principalmente no Serviço Público, nas empresas concessionárias de geração e distribuição de energia elétrica, nas secretarias de Infraestruturas do Estado e dos Municípios, nas empreiteiras, bancos, nas Instituições de ensino superior e como profissionais liberais”.

A expansão profissional no estado foi ainda maior com a privatização das distribuidoras,  implantação dos empreendimentos de geração resultantes do leilão para produção de energia e do crescimento da geração distribuída.

Cursos de capacitação
Pela necessidade de se prestar um serviço amplo e de qualidade, a LMP Empreendimentos investiu não apenas na instalação de sistemas de energia solar, mas também na capacitação de pessoal.

Para isso, a empresa oferece um curso básico para quem deseja trabalhar nessa área. O módulo iniciante reúne aulas teóricas e práticas. “Quando a gente lançou essa parte solar na LMP, nós nos deparamos com essa outra questão: a falta de mão de obra qualificada. Hoje temos uma lista com mais de 36 profissionais prontos para atender o mercado local”, garante Mayk Quadros.

A capacitação custa em média R$ 550, mas em compensação, a remuneração inicial para um instalador é de dois mil podendo chegar a quatro mil reais. Já um engenheiro eletricista, responsável pela elaboração e assinatura do projeto, ganha a partir de R$ 3 mil, além do valor da execução do projeto feito por ele para a obra.

Por Raynãa Fernandes

Foto: Reprodução/Site da ANEEL

ANEEL vai realizar Leilão de Eficiência Energética em Roraima

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou consulta pública para debater proposta de edital do leilão de eficiência energética nº 4/2020 em Roraima. O leilão visa a contratação de empresas para o desenvolvimento de ações de eficiência energética com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica em Boa Vista, conforme montante definido pelo órgão regulador por meio de dois produtos: iluminação pública e ampla concorrência.

Os produtos têm duração de 66 meses divididos em duas etapas: de implantação das Ações de Eficiência Energética (AEE), com duração de seis meses, iniciando-se na data de assinatura do contrato; e de eficientização, com duração de 60 meses, com início ao final do período de implantação.

Pela proposta, o lote correspondente ao produto iluminação pública é lote único, composto por todos os pontos de iluminação do município de Boa Vista, com montante de eficientização, equivalente a 0,5 MW médio.

Já o produto Ampla Concorrência inclui um conjunto de subclasses de consumo classificadas como residencial normal, residencial baixa renda geral e comercial normal. Esse produto terá sete lotes, organizados por conjuntos de bairros, cada qual com obrigação de redução de montante de energia consumida de 0,5 MW médio.

O vencedor do certame será denominado Agente Redutor de Consumo (ARC). Na consulta será avaliada a conveniência deste agente ser detentor de outorga de autorização.

Roraima irá fazer uso de instrumentos de mercado para fomentar ações de eficiência energética no Brasil, atuando como projeto piloto, o que já está atraindo a atenção de diversas empresas do ramo em todo o Brasil.

Para isso, desenvolveu-se a proposta de um leilão de eficiência energética, ou seja, um “leilão de geração de energia às avessas”. Nele, a ANEEL definirá o montante de energia elétrica anual cujo consumo pretende-se reduzir ao longo do programa e os empreendedores competiriam pelo menor preço para se comprometer com a redução de um percentual desse montante total. Os vencedores do leilão tornar-se-ão Agente Redutor de Consumo (ARC).

O leilão permitirá que diferentes atores como fornecedores de equipamentos, varejistas, instaladores de geração solar, entre outros, compitam entre si pelo menor preço, baseados em diferentes carteiras de projetos (troca de lâmpadas, geladeiras ou condicionadores de ar, instalação de geração distribuída, modernização de iluminação pública, mudança de comportamento).

Para garantir a confiabilidade do desempenho do programa, o leilão definirá os métodos de medição e verificação segundo a tipologia das ações. Em particular, para ações em consumidores residencial e comercial de pequeno porte, prevê-se a introdução de uma metodologia de Ensaios Controlados Aleatórios, na qual as unidades consumidoras eficientizadas constituiriam um “grupo de tratamento”, cujo consumo seria comparado com as demais unidades consumidoras similares na mesma localidade (“grupo de controle”).

O leilão será desenvolvido em Roraima, estado isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN), dependente de um sistema de geração local a diesel (de alto custo e poluente). O projeto deverá contemplar um potencial de eficientização de 4 MW médios anuais a partir de ações nos segmentos residencial, comercial e iluminação pública, com a possibilidade instalação de micro e mini geração solar distribuída.

Assim, com a implantação desse Projeto Piloto será possível avaliar a viabilidade de escalar o leilão para a demais regiões do Brasil e a eficiência energética poderá se transformar em um recurso energético incorporado ao planejamento energético, competindo em leilões com geradoras de energia elétrica.

Fórum quer metas mais ambiciosas para leilão de eficiência energética

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima vai apresentar uma contribuição à consulta pública referente ao leilão de eficiência energética, e vai propor metas bem superiores aos 4 MW previstas na minuta do edital.

Segundo o coordenador do Fórum, Alexandre Henklain, o mercado de Roraima tem capacidade para uma meta quatro ou cinco vezes superior à proposta pela ANEEL. Análises técnicas estão sendo realizadas pelo Fórum, em parceria com Instituto Clima e Sociedade (ICS) e a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) com o objetivo de fazer um dimensionamento mais adequado dessas metas de redução do consumo médio de energia, beneficiando mais consumidores.

“Nós pretendemos, também, fazer uma ampla divulgação das oportunidades de atuação das empresas, engenheiros e técnicos locais para que os recursos circulem em Roraima, gerando emprego e renda”, explicou Henklain.

A contribuição terá que ser apresentada até dia 18 de março, data limite da consulta pública, e é importante que empresas da área tenham conhecimento do processo. “Elas devem acessar o site da Aneel, procurar a minuta do edital e verificar as possibilidades de participação no leilão, seja como um consórcio ou de forma individual”, alertou Alexandre.

Por Nei Costa

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Painéis solares fotovoltaicos geram economia de até 90% na conta de luz; confira empresas de instalação em Roraima

A produção da própria energia elétrica é uma das alternativas mais vantajosas para atender as demandas residenciais e de indústrias. A energia solar, em especial, além de sustentável é garantia de uma economia que pode chegar a 90% no valor final da conta de luz.

Em Roraima, empresas especializadas já atuam com a instalação de painéis fotovoltaicos. O Fórum de Energias listou algumas dessas empresas.

Confira: 

EMPRESA CONTATO
ELGIN 92 98125 0870 / 92 3236 3373
SOLARPRIME 95 99151 8818
BRSUN ENERGIA 95 99113 4208
REPENSA ENERGIA 16 3325 3655
ZANMER 95 99971 2727
DONSOL 95 98409 8712
BLUESOL 95 98401 6677 / 95 3623 1237
HARDSOL 92 99217 9793
NEOSOLAR 95 99144 6042
MULTISOLUÇÕES E CIA 95 99157 1941 / 95 3625 7078
LMP 95 98111 8640 / 95 9114 9990 / 95 99120 8838
KITE 95 98111 2510

 

Por Assessoria de Comunicação

Ricardo Lima, consultor do Fórum - Foto - J.Pavani

Roraima e demais sistemas isolados custam ao Brasil cerca de R$ 7 bi anuais

O estado de Roraima e os demais sistemas isolados da Amazônia custam aos consumidores brasileiros cerca de R$ 7 bilhões por ano, valor esse subsidiado pelo governo federal. Esse é o custo das usinas termelétricas abastecidas por óleo diesel, que além de caro é altamente nocivo ao meio ambiente.

O consultor do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, Ricardo Lima, especialista em regulação do setor elétrico, explicou que o serviço de energia elétrica é, no Brasil, aquele que apresenta o maior grau de universalização, com 99,8% dos domicílios atendidos. Nenhum outro serviço tem tal cobertura.

“No entanto, para atender algumas regiões, localidades, comunidades, sem falarmos dos 0,2% restantes, o Brasil enfrenta algumas dificuldades em situações específicas, que são caras e até mesmo ambientalmente agressivas. Exemplos não faltam. O ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico, tem cadastrados 237 usinas de geração, a maioria a diesel, no chamado Sistema Isolado (isto é, não conectado ao Sistema Interligado Nacional, ou seja, ao grande sistema de transmissão existente no país). Esses sistemas, com apenas 449 MW médios, menor que uma simples turbina de Itaipu, geram por ano menos de 4.200 GWh, mas custam em subsídios de cerca de R$ 7 bilhões. Vale lembrar que quase todas essas comunidades e áreas encontram-se na região Norte do país”, lembrou Ricardo.

O consultor disse que como o custo de geração desses sistemas é muito superior à tarifa das distribuidoras da região, os consumidores do restante do país pagam, através da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), a diferença entre o custo de geração médio e o custo de geração diesel (que pode chegar a R$ 2.000/MWh).

Para ele, é justo que os consumidores dessas comunidades e regiões tenham acesso a energia a preços competitivos. O estado de Roraima, por exemplo, ainda não está conectado eletricamente ao restante do país e depende, para o atendimento de suas necessidades de energia, da cara e poluente geração a diesel.

Adicionalmente a esses sistemas, existem ainda comunidades que nem dispõem do mínimo em suprimento de energia, como comunidades de pescadores, aldeias indígenas e outros. “Estes são os dois décimos de por cento ainda não atendidos”.

Ricardo afirma que as regiões onde encontram-se essas comunidades são ricas em recursos energéticos renováveis, seja vento, sol, hidráulicos ou biomassa. Vide o caso de Roraima, cujo potencial energético em sol, vento e rios é enorme.

“Uma oportunidade para equacionar essa questão de maneira estrutural, aproveitando o debate atual sobre a revisão da regulamentação da geração distribuída e, ao mesmo tempo, reduzir os encargos da CDE no tempo, foi a proposta encaminhada pelo Fórum de Energias Renováveis de Roraima à Consulta Pública realizada pela ANEEL”, revelou o consultor.

O Fórum, segundo Ricardo, propôs que os benefícios atuais oferecidos à geração distribuída fossem mantidos para os sistemas isolados, sendo a diferença de custo suportada pela CDE, uma vez que essa geração reduz a geração diesel, que emite mais de 3,2 milhões de toneladas de CO2/ano e, que comparativamente ao custo da geração renovável reduziria significativamente as necessidades de subsídio da CDE.

Ricardo explica que esta é uma forma de incentivo à energia renovável e sustentável, em substituição à cara e poluente geração diesel, com benefícios evidentes de redução nos pesados subsídios que recaem sobre os consumidores de energia elétrica de todo o país, sem causar danos a outros segmentos de consumidores.

Publicado pela Folha de Boa Vista

https://folhabv.com.br/noticia/CIDADES/Capital/RR-e-demais-sistemas-isolados-custam-ao-Brasil-cerca-de-R–7-bi-anuais/62600

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IEL articula parcerias para o Fórum de Energias Renováveis de Roraima

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima foi criado com objetivo de propor políticas públicas e debater o desenvolvimento energético no estado. O trabalho é construído com a participação de instituições públicas e privadas.

Para falar dessas parcerias, a repórter Raynãa Fernandes ouviu representantes das instituições que compõem o Fórum. A primeira entrevistada foi a superintendente do Instituto Euvaldo Lodi, o IEL Roraima, Lídia Coelho Tavares.

Ouça a entrevista: 

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Sistemas isolados merecem tratamento diferenciado na energia – oportunidade para solução

O serviço de energia elétrica é, no Brasil, aquele que apresenta o maior grau de universalização, com 99,8% dos domicílios atendidos por energia elétrica. Nenhum outro serviço tem tal cobertura.

No entanto, para atender algumas regiões, localidades, comunidades, sem falarmos dos 0,2%, algumas dificuldades, situações específicas, caras e até mesmo ambientalmente agressivas são adotadas. Exemplos não faltam. O ONS tem cadastrados 237 sistemas de geração, a maioria a diesel, no chamado Sistema Isolado (isto é, não conectado ao Sistema Interligado Nacional, ou seja, ao grande sistema de transmissão existente no país). Esses sistemas, com apenas 449 MW médios, menor que uma simples turbina de Itaipu, geram por ano menos de 4.200 GWh, mas custam em subsídios, cerca de R$ 7 bilhões de reais. Vale lembrar que quase todas essas comunidades e áreas encontram-se na região Norte do país.

Explico: como o custo de geração desses sistemas é muito superior à tarifa das distribuidoras da região, os consumidores do restante do país pagam, através da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), a diferença entre o custo de geração médio e o custo de geração diesel (que pode chegar a R$ 2.000/MWh).

É justo que os consumidores dessas comunidades e regiões tenham acesso a energia a preços competitivos. O estado de Roraima, por exemplo, ainda não está conectado eletricamente ao restante do país e depende, para o atendimento de suas necessidades de energia, da cara e poluente geração a diesel.

Adicionalmente a esses sistemas, existem ainda comunidades que nem dispõem do mínimo em suprimento de energia, como comunidades de pescadores, aldeias indígenas e outros. Estes são os dois décimos de por cento ainda não atendidos.

Por outro lado, as regiões onde encontram-se essas comunidades são ricas em recursos energéticos renováveis, seja vento, sol, hidráulicos ou biomassa. Vide o caso de Roraima, cujo potencial energético em sol, vento e rios é enorme.

Uma oportunidade para equacionar essa questão de maneira estrutural, aproveitando o debate atual sobre a revisão da regulamentação da geração distribuída e, ao mesmo tempo, reduzir os encargos da CDE no tempo, foi a proposta encaminhada pelo FÓRUM DE ENERGIAS RENOVÁVEIS DE RORAIMA à Consulta Pública realizada pela ANEEL.

O Fórum propôs que os benefícios atuais oferecidos à geração distribuída fossem mantidos para os sistemas isolados, sendo a diferença de custo suportada pela CDE, uma vez que essa geração reduz a geração diesel, que emite mais de 3,2 milhões de toneladas de CO2/ano e, que comparativamente ao custo da geração renovável reduziria significativamente as necessidades de subsídio da CDE.

Esta é uma forma de incentivo à energia renovável e sustentável, em substituição à cara e poluente geração diesel, com benefícios evidentes de redução nos pesados subsídios que recaem sobre os consumidores de energia elétrica de todo o país, sem causar danos a outros segmentos de consumidores.

Por Ricardo Lima – consultor do Fórum de Energias Renováveis de Roraima

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Basa facilita ainda mais o acesso ao crédito para aquisição de painéis solares

O Banco da Amazônia (Basa) anunciou uma série de medidas que vão facilitar ainda mais o acesso ao crédito para quem quiser fazer o financiamento de uma pequena usina de painéis solares em sua casa.

De acordo com Daniel Moura, gerente regional da instituição em Roraima, o Basa, por meio do programa Energia Verde, alterou o processo de liberação de crédito único para pessoa física não rural.

Ele explicou que a partir de agora, o Basa libera o financiamento por meio da Nota Fiscal e protocolo do parecer de acesso e o prazo de carência do produto para 120 dias.

“Nós também eliminamos a necessidade de garantia real hipotecária, 130% de garantia frente ao valor da operação, ficando somente o bem alienado, bem como a obrigatoriedade do seguro”, esclareceu Daniel.

O gerente observou que o Basa não está exigindo o registro em Cartório da alienação fiduciária do bem financiado dado em garantia à instituição.

Para mais informações confira nas matérias:

Conheça as linhas de crédito disponibilizadas pelo Banco da Amazônia para implantação de painéis de energia solar

Dirigentes do Basa e BB tiram dúvidas sobre financiamentos de painéis solares na rádio 93 FM

Basa conta com linha de crédito para produção de energia solar a juros baixos

Por Nei Costa