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Projetos de pesquisa desenvolvidos no IFRR focam em energias renováveis

Há quase dez anos, o Instituto Federal de Roraima (IFRR) lança anualmente um edital de pesquisa aplicada com foco em energias renováveis, principalmente em três grandes eixos: biomassa, solar e eólica.

“Iniciamos em 2014 e cada projeto tinha um valor de R$ 25 mil, que nós disponibilizamos para os nossos servidores para desenvolver pesquisas. Por questões orçamentárias, diminuímos a quantidade de projetos contemplados, mas aumentamos um pouco o valor da bolsa. Em 2021, aprovamos um projeto, no valor de R$ 30 mil”, explicou o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFRR, professor doutor Romildo Nicolau Alves.

Alguns dos projetos desenvolvidos têm focado em resíduos orgânicos e vegetais, que têm grande potencial para a produção de energia. No último edital, foi contemplado um projeto, proposto por um professor do campus Amajari, para a construção de uma microusina para produção de energia a partir da biomassa. Em 2020, foi contemplado um projeto, desenvolvido no campus Novo Paraíso, de sistema integrado que envolve a produção de suínos acoplada a biodigestores, transformando a matéria orgânica em gás.

Ouça a entrevista:

 

foto epe

Estudo de impacto ambiental para construção da UHE Bem Querer deve ser finalizado em 2023

Em andamento desde 2018, o Estudo de Impacto Ambiental do projeto de construção da Usina Hidrelétrica Bem Querer, localizada em Caracaraí, está previsto para ser finalizado em 2023. Desenvolvido pelo consórcio Walm-Biota, o estudo avalia os impactos potenciais da usina e propõe medidas e programas socioambientais que possam evitar, reduzir ou compensar impactos negativos e intensificar impactos positivos.

“Essa etapa de estudos é longa. Iniciamos em 2018 e fizemos as primeiras reuniões de abertura, informando toda a sociedade sobre o início desses estudos e, na época, nós tínhamos uma previsão de finalização desses estudos em 2021. Por conta da pandemia e das restrições que foram impostas, nós suspendemos grande parte das atividades, principalmente aquelas que envolviam contato com o público”, explicou a consultora técnica da Superintendência de Meio Ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mariana Pinheiro.

“Com isso, a gente precisou parar, programar e planejar as atividades novamente. A nossa previsão atual de encerramento  dos estudos é em 2023. Então hoje as equipes do Consórcio Walm-Biota estão concluindo a etapa de diagnóstico, que é o levantamento das informações, e nós conseguimos concluir toda a parte de levantamento de informações relacionadas a flora, fauna”, completou.

Retomada do cadastro socioeconômico

Após dois anos de atividades suspensas, também devido à pandemia, serão retomadas as atividades do Cadastro Socioeconômico da UHE Bem Querer. A partir deste mês, as equipes do estudo da UHE Bem Querer estarão percorrendo os municípios de Caracaraí, Bonfim, Iracema, Mucajaí, Cantá e Boa Vista para dar continuidade às entrevistas.

O cadastro econômico é uma ferramenta que pretende conhecer o perfil socioeconômico da população que poderá ser atingida caso a UHE Bem Querer seja construída. “Pensar em medidas e programas eficazes que dêem conta desses impactos”, afirmou a consultora técnica da EPE.

Para acompanhar o andamento dos trabalhos de estudo da UHE Bem Querer, acesse o site UHE Bem Querer. “Temos uma ferramenta interativa que você pode entrar, conhecer o mapa, conhecer onde é que estão previstas as estruturas da usina, o reservatório e conhecer a história do planejamento do empreendimento desse projeto”, finalizou Mariana.

 

Ouça o episódio:

IluminandoAsIdeias

Diretor da Revolusolar compartilha experiências da instalação de energia solar em favelas do Rio de Janeiro

Criada em 2015 com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável de comunidades de baixa renda através da energia solar, a associação sem fins lucrativos Revolusolar já tem muito o que comemorar.

“A gente vem fazendo isso desde 2015 em duas comunidades no Rio [de Janeiro]. De forma pequena, já fizemos duas instalações em comércios na comunidade e em uma escola. Também criamos uma metodologia que a gente chama de ‘ciclo solar’, que une, além da instalação de energia solar, também a formação profissional de moradores como instaladores e um pilar educacional para a comunidade se desenvolver e engajar como um todo no projeto, assumindo protagonismo e autonomia”, explicou o diretor-executivo da Revolusolar, Eduardo Ávila.

Para desenvolver o projeto, o primeiro passo foi resolver a questão regulatória e depois a parte técnica. “A gente tinha instalado sistemas de energia solar individuais, de geração local em cada comércio, em casa, em escola. Só que a gente percebeu que tem um limite para se replicar esse modelo”, comentou.

Ele explicou ainda que um dos motivos do limite de instalar as placas fotovoltaicas nas casas dos moradores na comunidade é a infraestrutura. “A estrutura das casas, às vezes, é fraca e a gente tem que fazer reforço estrutural para aguentar as placas que são pesadas. Muitas têm barreiras de sombra. Então, ao fazer uma grande instalação compartilhada, a gente aproveita um bom telhado, com uma boa infraestrutura, com um bom Sol”.

Repercussão nas comunidades

Cada vez mais cara, a conta de luz é um peso para a população de baixa renda, e a geração de energia a partir de placas fotovoltaicas pode ser uma solução para baratear as contas. “É uma repercussão muito positiva. Estavam todos, principalmente os de baixa renda, ansiosos por uma solução no campo energético [que barateasse a conta], porque a energia está ficando cada vez mais cara. Nos últimos sete anos, a conta de luz aumentou mais que o dobro da inflação”, finalizou Eduardo Ávila, revelando a preocupação da comunidade com os alto valores cobrados pela energia.

 

Ouça o episódio: