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Leilão de sistemas isolados é adiado para abril de 2021

O Ministério de Minas e Energia adiou de março para o mês de abril do ano que vem, o leilão para suprimento aos Sistemas Isolados. As alterações foram publicadas na Portaria 425 do Diário Oficial da União, do dia 4 de dezembro.

De acordo com a publicação, o prazo para protocolar os pedidos de cadastramento e a entrega de documentos junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é até às 12 horas  do dia 15 de janeiro de 2021.

No dia 11 de setembro, o Ministério de Minas e Energia (MME), publicou a portaria regulamentando as diretrizes para o leilão de energia nos sistemas isolados, previsto para ocorrer em março de 2021. O edital dispõe de cinco lotes e contempla os estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.

Considerando o tempo reduzido para o cadastramento e habilitação técnica, devido à complexidade para a elaboração de propostas, em especial as voltadas para soluções híbridas de energias renováveis, o Fórum de Energias Renováveis de Roraima encaminhou carta ao Ministério de Minas e Energia, solicitando a prorrogação por mais 180 dias para a apresentação das soluções de suprimento dos sistemas isolados da Amazônia.

Diversas entidades importantes apoiaram o pleito do Fórum como a Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas – ABEE, a Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia – ABAQUE, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR, o Instituto Socioambiental – ISA e a Rede Energia e  Comunidades.

Em resposta à prorrogação definida pelo MME, o coordenador do Fórum, Alexandre Henklain, comentou que a decisão do Ministério contempla apenas parcialmente a reivindicação do Fórum e das demais instituições apoiadoras. Entretanto, se trata de uma vitória expressiva da sociedade civil organizada e do setor das energias renováveis, que vão redobrar os esforços para que as soluções híbridas de geração fotovoltaica, geração eólica e armazenamento de energia possam ser competitivas diante da geração termoelétrica a diesel e a gás, beneficiados por uma política de subsídios, por meio da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis – CCC.

Assim, o Fórum apresentará proposições de melhorias substanciais no Edital do Leilão de Suprimento dos Sistemas Isolados e uma nova articulação será feita com as entidades setoriais de âmbito nacional, que reúnem as empresas de geração de energias renováveis, com o objetivo de mobilizar suas associadas para o certame na Amazônia.

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Fórum de Energias Renováveis solicita prorrogação para empresas cadastrarem propostas no leilão de sistemas isolados

O prazo para os interessados em participar do leilão para suprimento de energia nos sistemas isolados cadastrarem suas propostas junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), encerra nesta sexta-feira, dia 4.

O Fórum considerou curto esse prazo de cadastramento, tendo em vista a complexidade para a elaboração de propostas, em especial as soluções híbridas de energias renováveis. Por essa razão, o Fórum encaminhou uma carta ao Ministério de Minas e Energia solicitando a prorrogação por mais 180 dias para a habilitação técnica das soluções de suprimento.

O documento assinado pelo coordenador do Fórum, Alexandre Henklain, ressalta que o prazo estabelecido na Portaria para o cadastramento das propostas, com a respectiva entrega de documentos, foi estabelecido para as 12 horas do dia 4 de dezembro de 2020. No entanto, as instruções de cadastramento e os requisitos de habilitação técnica foram publicados pela EPE no dia 16 de outubro, concedendo menos de dois meses para que as empresas desenhem de forma responsável e com qualidade técnica suas propostas.

Henklain destacou que se estivesse tratando de um leilão de energia existente, por exemplo, ou mesmo de um leilão de energia nova com projetos convencionais, o prazo de cadastramento poderia ser considerado adequado, pois os empreendedores necessitariam apenas de um curto prazo para organizar os documentos de projetos já estruturados.

“No caso dos Sistemas Isolados, o leilão trata de Soluções de Suprimento em regiões de difícil acesso e com a alocação de diversos riscos aos empreendedores, tais como o licenciamento ambiental após o certame, o acesso ao sistema de distribuição, o risco da incerteza da energia a ser efetivamente produzida, bem como o risco de atrasos ou antecipações nas interligações. Nesta condição de risco elevado e prazos insuficientes, o tempo proposto abre pouca oportunidade para soluções inovadoras”, afirmou o engenheiro Donato da Silva Filho, que analisou o tema para o FÓRUM.

O edital dispõe de cinco lotes e contempla os estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Além do Fórum de Energias Renováveis, instituições como a Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia – ABAQUE e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR devem apoiar as reivindicações relativas ao leilão.

No dia 11 de setembro, o Ministério de Minas e Energia (MME), publicou a portaria regulamentando as diretrizes para o leilão de energia nos sistemas isolados, previsto para ocorrer em março de 2021.  O leilão será realizado por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

Por Raynãa Fernandes

MATERIA NEUZELIR

Empresa sueca investe em armazenamento térmico à base de alumínio

Produzir e armazenar energia de forma sustentável é um dos grandes desafios das empresas que investem em energias renováveis.

A empresa sueca Azelio criou uma alternativa de armazenamento térmico de energia usando liga de alumínio e de geração de energia por meio de motor Stirling.

A Petrodin, empresa nacional de gerenciamento de embarcações, contratos, projetos e investimentos offshore, criou uma divisão de negócios sustentáveis e contratou a Azelio, detentora de sistema de armazenamento de energia térmica que pode ser convertido em eletricidade, com planos de trazer a tecnologia ao Brasil.

O funcionamento do sistema consiste em utilizar energia, seja ela solar ou eólica, para fundir resíduos de alumínio em temperatura média de 600 graus, transformando-o em líquido. O calor guardado durante a fusão é transformado em energia durante a noite. O processo é feito por meio de motor Stirling, que é 100% alimentado por calor, explicou Mats Rosengren, diretor da Petrodin.

“O diferencial é que todo o processo de geração de energia não consome recursos da natureza e não gera quaisquer tipos de resíduos ou de emissões do efeito estufa, consistindo em solução ideal para implantar na Amazônia”, afirmou.

O sistema de armazenamento de energia térmica é uma inovação da empresa, pode ser recarregado em seis horas e tem capacidade para produzir energia por até 13 horas.

Os potenciais compradores do sistema são cooperativas e concessionárias que atendam localidades em sistemas isolados. O foco inicial é a geração de energia para locais como indústrias, plantações agrícolas, instalações fotovoltaicas ou hospitais de campo / campos de refugiados.

Em 2018, a Empresa começou as primeiras demonstrações de armazenamento de energia na Suécia, e em 2019 instalou o projeto de verificação em Ouarzazate, Marrocos e em Amal, Suécia. Em 2020, iniciou as primeiras instalações comerciais do projeto, em Abu Dhabi.

Foto: Azelio

Por Neuzelir Moreira

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Fórum lança enquete para avaliar um ano de trabalho

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima lançou na quarta-feira, 18 de novembro, uma enquete para avaliar o trabalho desenvolvido neste primeiro ano de implantação no Estado. O questionário encontra-se no portal www.energiasroraima.com.br com a seguinte pergunta: – “O Fórum de Energias Renováveis de Roraima tem contribuído para o conhecimento sobre as energias renováveis?”. Para participar da enquete, basta acessar o site e clicar nas opções de respostas.

Conforme Alexandre Henklain, coordenador do Fórum, essa é uma forma de verificar quais os progressos obtidos durante este período. “Precisamos avaliar o nível de satisfação da população, especialmente, no esclarecimento de dúvidas sobre as soluções energéticas apresentadas para o Estado”, disse Alexandre.

SOBRE O FÓRUM – Implantando em setembro de 2019, o Fórum de Energias Renováveis é uma organização que formula propostas de políticas públicas, interlocução e articulação institucional em prol do desenvolvimento energético de Roraima.

O Fórum permite qualificar o debate sobre as energias renováveis, apresentando os impactos econômicos, sociais e ambientais, trabalhando para sensibilizar, conscientizar e qualificar a opinião pública em relação aos desafios da questão energética no Estado, com ações efetivas e soluções sustentáveis para a sociedade. Principalmente em Roraima, que é o único estado do país que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Apesar de dispor de extraordinário potencial para a geração de energias renováveis, com plena capacidade para o suprimento das necessidades locais e, inclusive, para o atendimento à demanda regional, o Estado ainda encontra dificuldades na geração, transmissão e distribuição de energia, sendo abastecido por termoelétricas a diesel, instáveis, caras e poluentes.

Por Neuzelir Moreira

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Bombas solares auxiliam a agricultura familiar em Roraima

O bombeamento de água feito com equipamento movido a energia solar tem grande potencial para o desenvolvimento da agricultura em localidades mais distantes, onde não existe rede elétrica.

Desenvolvidas para auxiliar pessoas que moram em locais remotos, as bombas solares são também mais econômicas, já que elas não necessitam de combustíveis como o diesel para funcionar, além disso, são mais duráveis e menos ruidosas que as bombas convencionais.

John Briceño, consultor da empresa Hardsol, explicou como fazer a instalação do equipamento durante um treinamento técnico de energia solar.

“O equipamento é muito fácil de instalar, para isso, é necessário apenas escolher um local com boa incidência do sol e perto de uma fonte de água doce e limpa. Os painéis fotovoltaicos desse sistema captam a radiação solar e transformam em energia elétrica, que vai ser utilizada pela bomba, para levar a água até o destino”, destacou John.

Conforme John, entre as vantagens de investir nesses equipamentos, está o fato de não precisar conectar a uma rede pública de energia, além disso, as bombas tem alta eficiência, não fazem ruídos e não precisam de manutenção regular.

Atualmente no mercado, existem dois tipos de bombas solares, que são as de superfície e as submersas.

A bomba de superfície é utilizada para aspirar a água com a ajuda de um tubo de sucção, levando para um reservatório. É um equipamento mais econômico, porém tem um limite de altura, que varia de acordo com a marca.

E a bomba submersa é utilizada dentro de poços, podendo alcançar uma profundidade maior. Por ser mais resistente, pode ser colocada em um ambiente com grande volume de água.

Por Neuzelir Moreira

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Agência Alemã investe em pesquisas para armazenamento de energia na Amazônia

Um dos maiores desafios em investir em energia renovável, eólica ou solar, está em viabilizar o armazenamento, considerando que essas fontes são intermitentes, dependendo da insolação e da velocidade do vento.

A implantação de parques de baterias químicas, por exemplo, é uma alternativa importante para o armazenamento da eletricidade gerada a partir do vento e do luz solar.

Acredita-se que esse tipo de estoque pode minimizar o uso de gás e petróleo em momentos de necessidade, tornando a matriz elétrica do país mais renovável.

Em busca de soluções, a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, sigla em Alemão), está trabalhando com professores das Universidades Federais de Santa Catarina e da Bahia, para identificar projetos de geração fotovoltaica, associada a armazenamento eletroquímico.

A GIZ é uma agência especializada em projetos de cooperação técnica e de desenvolvimento sustentável em escala mundial, e vem subsidiando pesquisas no Brasil para a geração de energia e o armazenamento por meio de fontes renováveis.

Ricardo Rüther, professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina, destacou que projetos como esses são importantes para solucionar questões relacionadas com a intermitência da geração de energia solar e eólica.

“Para fixar essas fontes, o uso de sistemas de armazenamento de energia é fundamental. Eles trazem principalmente mais garantia de confiabilidade, reduzindo o risco para quem opta por essas fontes renováveis, seja solar ou eólica”, pontuou.

O leilão de sistemas isolados previsto para ser realizado pela a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2021 irá beneficiar 23 localidades da Amazônia. Uma ótima oportunidade para desenvolver projetos que foquem no armazenamento de energia, já que o edital do certame prioriza a geração de energia por fontes renováveis.

As empresas interessadas em desenvolver projetos de geração de energias renováveis, associados a armazenamento, poderão contar com o apoio dos pesquisadores e ainda receber subsídios para a implantação e operação dos projetos.

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima foi procurado pelos pesquisadores para conhecer as propostas. Conforme o coordenador, Alexandre Henklain, o propósito da GIZ é identificar na Amazônia, e em particular, em Roraima, sistemas isolados, onde seja interessante promover a substituição de fontes poluentes e de alto custo, por geração fotovoltaica, associada a baterias de última geração.

“O plano é substituir usinas que funcionam, por exemplo, à base de diesel, por essas fontes renováveis de geração de energia elétrica, buscando soluções de armazenamento tecnologicamente inovadoras. Também poderá ser feita uma comparação de custos entre as duas fontes, avaliando impactos ambientais, econômicos e realizando análises comparativas de eficiência energética e qualidade da energia fornecida”, disse Henklain.

A tecnologia das baterias de armazenamento vem evoluindo aceleradamente e, em curto prazo, uma nova geração de baterias estará disponível no mercado, pois a busca dos pesquisadores de todo mundo é a produção de baterias menos onerosas e mais duráveis, o que vai reduzir o custo de armazenamento eletroquímico.

Foto: Internet

Por Neuzelir Moreira
FOTO CURSO NEUZELIR

Empresa de Manaus realiza treinamento técnico em energia solar

A geração de energia solar fotovoltaica vem se consolidando nos últimos anos, tanto no país, como no estado de Roraima, e conseguir mão de obra qualificada para elaborar projetos, vender e instalar sistema dessa natureza também é um grande desafio.

Para qualificar profissionais nessa área, a empresa Hardsol, pioneira em Manaus – AM, realizou um curso de qualificação técnica em sistema solar. A terceira turma do curso iniciou no dia 09 e encerrou no dia 14 de novembro, com carga horária de 18 horas. Além das aulas teóricas, também foram realizadas aulas práticas em lojas parceiras, credenciadas para a venda de equipamentos de energia solar.

Conforme John Biceño, instrutor do curso, nas aulas práticas os alunos conhecem os dois tipos de sistemas de geração fotovoltaica. “Temos aulas com o sistema on grid, que é ligado na rede elétrica, e também o sistema off grid que utiliza banco de baterias, onde não tem rede elétrica. Para esses dois sistemas são dadas aulas práticas, além disso, também são feitas demonstrações de como funcionam outros equipamentos à base de energia solar”, disse.

“Desde o início, percebemos que esse mercado de energia solar tinha necessidade de ter mais pessoas capacitadas. Quando iniciamos no ramo, elaboramos e implantamos dez projetos, contudo, vendo que não seria um mercado tão fácil de explorar, resolvemos montar um treinamento voltado para essa área com a nossa experiência prática. Por ser um mercado novo, pontuamos no curso todos os nossos erros, para que os nossos alunos não os cometam e também mostramos nossos acertos, para que eles consigam começar de uma forma mais efetiva no mercado”, pontuou Briceño.

Ele destacou que a parceria com o Fórum de Energias Renováveis possibilitou uma atuação com mais efetividade em Boa Vista, principalmente por ser uma localidade com grande deficiência de profissionais nessa área.

“Existem várias empresas no Estado, todas com seu efetivo fechado e um grande volume de projetos. Nosso curso, além de capacitar, fornece ao mercado mão-de-obra qualificada para a prestação de serviços às empresas que já estão no mercado, movimentando a economia do estadobe gerando renda para os alunos que investem no treinamento”, explicou.

Conforme John, o diferencial do curso é que abre um leque de opções, compreendendo a área de vendas, instalação e elaboração de projetos, quem sabe, até abrir uma empresa. Além disso, após o encerramento do curso, a empresa não abandona o aluno. “Damos todo suporte para os alunos entrarem no mercado de trabalho, oferecemos estágio e todos os projetos fechados em Boa Vista, são oferecidos para os alunos, mesmo aqueles inexperientes, para que aprendam na prática. O que o aluno ganhar como conhecimento durante os estágios, vai dar a ele valorização profissional. Nossa empresa não quer apenas vender ou instalar produtos, mas também qualificar pessoas”.

Eliezer Pessoa, morador da zona rural de Boa Vista, mencionou que o curso foi uma ótima oportunidade de conhecer a tecnologia.

“Moro em uma chácara afastada da cidade, e já há algum tempo venho pesquisando sobre a energia solar, então quando me falaram do curso, achei importante fazer o treinamento para ampliar meu conhecimento sobre o assunto, pois pretendo colocar placas solares no meu imóvel. O curso traz questões importantes sobre a geração de energia limpa, além de explicar como o investimento em um sistema de energia solar vale a pena, com retorno do investimento em três ou quatro anos. Isso é um benefício extraordinário”.

Marcley dos Santos, a única mulher a fazer o curso, presta serviços de instalação de equipamentos para duas empresas e viu no treinamento uma oportunidade para ampliar seus conhecimentos técnicos.

“Um colega me incentivou a fazer o curso e depois do estágio eu percebi que gostava de fazer instalação de sistemas. Após o estágio, as empresas me deram uma oportunidade para trabalhar e de lá para cá já são oito projetos instalados, fora as vendas de equipamentos. Para nós mulheres, é uma oportunidade de profissão, que não se define apenas em vender e instalar, mas em se qualificar conforme o mercado, para melhorar nosso potencial”.

Sobre a empresa – A Hardsol é uma empresa de Manaus, que investe em capacitação de mão-de-obra para vender, instalar e elaborar projetos de sistemas de geração de energia solar.

A empresa atua com treinamentos em Roraima, Manaus, Porto Velho, Macapá, Belém, Rio de Janeiro, Maceió e Recife.

“Nossa filosofia de trabalho preza principalmente por qualificar pessoas e, por meio disso, estamos expandindo a empresa, não só com conhecimento, mas também estamos difundindo a tecnologia para pessoas que não tem tantas informações”, disse John.

Por Neuzelir Moreira.

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Integrantes do Fórum debatem sobre incentivos à geração de energias renováveis

Os integrantes do Fórum de Energias Renováveis de Roraima vem debatendo proposições da sociedade civil para acelerar a transição energética de Roraima, rumo a uma matriz diversificada baseada nas energias limpas. Com a previsão do leilão de fornecimento de energia aos sistemas isolados em 2021, que prioriza as energias renováveis para 23 localidades da região norte, a discussão do tema animou as discussões.

“Para Roraima, o Leilão dos Sistemas Isolados sinaliza soluções de atendimento para o suprimento de energia elétrica dos Municípios de Amajari, Pacaraima e Uiramuta. Mesmo podendo o suprimento ser feito por gás natural, o leilão prioriza as fontes renováveis. Isso significa um esforço para a diversificação da matriz elétrica com recursos energéticos renováveis e sustentáveis para Roraima, o que representa o anseio da sociedade local”, pontuou Conceição Escobar, integrante do Fórum.

Ciro Campos, integrante do Fórum e representante do movimento Puraké, explicou que o leilão traz para os municípios do interior uma boa oportunidade de limpar a sua matriz de energia. “O fornecimento de energia no interior é constituído basicamente por geradores a diesel. Mesmo priorizando fontes de energias limpas, é permitida a entrada de fontes com combustível fóssil. Estamos debatendo e torcendo para que as condições do edital sejam favoráveis para a entrada da energia solar, eólica e outras fontes limpas”.

Para Ygor Logullo, também integrante do Fórum, é necessário que haja orientação para a população, por parte do poder público, principalmente o Governo Federal. Ele menciona que é preciso incentivar estudos e pesquisas sobre essas fontes renováveis aqui no estado, pois faltam dados. Dados que demonstrem que essas fontes, de fato, são mais vantajosas e que mostrem os efeitos negativos de outras fontes de geração de energia.

“Entre as soluções pensadas anteriormente está especificamente a construção da hidrelétrica do Bem Querer. Essa foi uma decisão tomada na década de 90, quando existia outro contexto, com menos opções tecnológicas. Uma decisão tomada a partir de critérios, atributos e dados que se tinha naquela época. Mas as tecnologias evoluíram, os dados atuais são muito mais precisos e interpretam melhor quais seriam os possíveis riscos que enfrentaríamos com a decisão por essa hidrelétrica”, lembrou Ygor.

Ele ressalta que existe uma grande preocupação com os impactos ambientais e sociais com a construção de uma hidrelétrica e o mais viável seria incentivar estudos e pesquisas independentes ou em universidades, para que se pudesse mensurar melhor os riscos e critérios. “Os estudos poderiam estruturar o problema de forma sistêmica e considerando a complexidade inerente, que envolve diversos atores e interesses que podem impactar as vidas de muitas pessoas, assim como a fauna e a flora. São fatores que a gente não consegue ainda estimar” disse Logullo.

Para Ygor, com o poder público incentivando estudos para que esse olhar consiga se sobrepor ao problema, dando informações e dados suficientes para a tomada  de decisão, ele acredita que se consiga ter uma maior tendência para a priorização da geração da energia solar ou eólica, fontes renováveis com impactos muito menores. “Outro critério importante é a questão econômica. Os estudos também devem considerar o avanço da tecnologia e a redução dos custos do armazenamento eletroquímico da energia elétrica”, comentou.

Somente com o fomento à pesquisa será possível definir melhor o problema, os critérios e os atributos para saber quais dados são necessários coletar, propiciando orientar mais adequadamente o planejamento energético de Roraima.